Nova vacina contra a dengue apresenta eficácia de 80,2%
Uma vacina experimental testada em 20 mil crianças na Ásia e América Latina pode ser uma nova esperança para combater o vírus da dengue. Fabricado pela farmacêutica Takeda, o medicamento apresentou 80,2% de eficácia em geral. Porém, como a versão da vacina da Sanofi usada em alguns países, pode ser que acabe potencializando casos de reincidência.
O vírus da dengue é dividido em quatro subtipos e é especial porque, uma vez que o paciente desenvolve anticorpos contra um sorotipo, quando é exposto a outro, esses anticorpos podem, na verdade, potencializar a infecção. Por isso, um segundo diagnóstico da doença é considerado, na maioria das vezes, mais perigoso. A primeira vacina, distribuída pela Sanofi, sofreu com essa característica e pode ter sido responsável por casos de pessoas internadas com variações mais fortes de dengue, mesmo sendo a primeira exposição delas à doença.
A pesquisa da Takeda, ao contrário da Sanofi, perguntou aos participantes se já tinham tido dengue, para monitorar os resultados – nesse grupo, houve eficácia de 74,9% e, apesar de a vacina proteger contra todos os subtipos do vírus, não funcionou para o sorotipo 3. Os técnicos ainda não têm explicação para isso.
“Ainda precisamos esperar o estudo inteiro para saber se a eficácia persiste e se a segurança está assegurada”, afirma Leonila Dans, pediatra da Universidade das Filipinas, em entrevista à Science Magazine. A Takeda deve divulgar os dados sobre a situação dos pacientes 18 meses após a última vacina, no encontro anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, que acontece no dia 23 de novembro. Os próximos passos da farmacêutica são tentar aprovação regulatória em países afetados, entre eles o Brasil.