Nova tecnologia contra resistência da traça das crucíferas
Uma nova tecnologia de combate à traça-das-crucíferas (Plutella xylostella) está sendo desenvolvida para o manejo da resistência dessa praga aos pesticidas existentes no mercado. De acordo com a ISCA Tecnologias, criadora da alternativa, o controle convencional atual não vem surtindo efeito em função da capacidade desta espécie de resistir ao inseticida a cada nova geração.
A traça é uma pequena mariposa que está inviabilizando a produção de repolho e outras braquiárias (antes conhecidas como crucíferas) no mundo todo, com prejuízos globais estimados em até US$ 5 bilhões. Segundo a ISCA, um fator importante que amplia esse prejuízo é a variedade de plantas que essa traça consegue atacar. Os dados mostram que a praga atinge nada menos que 365 gêneros e 3200 espécies de plantas diferentes, entre elas repolho, brócolis, nabo, mostarda, agrião, canola e couve.
Na sua fase larval, traça-das-crucíferas danifica as folhas das hortaliças fazendo com que elas percam valor comercial ou danificando completamente a produção. A praga utiliza muito o olfato, principalmente quando fêmeas grávidas identificam e diferenciam as plantas mais propícias para colocar seus ovos.
No entanto, a questão da resistência aos defensivos mais comuns existentes no mercado é o principal problema que requer urgência na disponibilização de novas tecnologias para atuarem no combate à traça-das-crucíferas. Isso porque as braquiárias são geralmente cultivadas por pequenos produtores, com pouca ou nenhuma assistência técnica, onde os produtos tradicionais acabam sendo usados de forma abusiva, fazendo com que a P. xylostella se torne resistente a praticamente todos os inseticidas em muitos países.
Nos países tropicais, onde as crucíferas são cultivadas em todo ano, a P. xylostella pode reproduzir até 20 gerações a cada 12 meses. Esta situação leva ao rápido acúmulo de resistência a inseticidas. Para superar a resistência, os agricultores muitas vezes aumentam as doses de inseticida, usam misturas de vários produtos químicos e pulverizam com mais frequência, às vezes a cada dois dias, criando um ‘círculo vicioso’.
Nesse cenário, a ISCA buscou inovar na estratégia de controle. Como essas mariposas têm hábitos noturno e dependem completamente do cheiro para encontrar plantas para alimentação ou parceiros para se acasalar, a tecnologia desenvolvida utiliza justamente essa característica contra a praga: os produtos testados pelos pesquisadores liberam cheiros similares aos que atraem a mariposa.
Trata-se de um blend de compostos com cheiro de plantas que atrai os insetos que buscam se alimentar. “O desafio é conseguir entregar ao mercado produtos práticos, de fácil uso, eficazes no controle da praga e acessíveis. Dois produtos devem ir ao mercado, um produto para captura massal da traça em armadilhas e um outro que atrai o inseto para se alimentar de um inseticida”, afirma a ISCA.
“Os produtos em desenvolvimento já estão mostrando seus primeiros resultados em plantações comerciais do México. Muito em breve os produtores e consumidores de crucíferas do mundo todo poderão se beneficiar destas resultados destas novas tecnologias”, conclui a empresa – mundialmente reconhecida por encontrar formas inovadoras, acessíveis e práticas que permitam aos produtores voltar a ter sucesso nas colheitas.