Nem Tite votaria nele como melhor técnico do mundo em 2019
Tite viveu três temporadas excelentes na carreira.
2001, 2012 e 2017.
Estar entre os dez treinadores que disputarão o troféu da Fifa chega a ser um prêmio.
A avaliação feita por ‘especialistas’ leva em consideração o trabalho feito entre 16 de julho de 2018 e 19 de julho.
Justamente o período que a Seleção Brasileira mostrou a ressaca. Depois do fracasso na Copa da Rússia, o treinador prometia uma fase de testes, reformulação geral na equipe que foi mal demais no mundial.
Mas como a CBF é prisioneira da Pitch, empresa inglesa que comprou os amistosos da Seleção entre 2012 e 2022, último ato deplorável de Ricardo Teixeira, os jogos tiveram poucas serventias.
Enfrentou equipes de baixíssimo nível técnico. Como El Salvador, reservas dos Estados Unidos, Arábia Saldita, Camarões. Venceu os desfigurados times da Argentina e Uruguai.
Em 2019, pior ainda. Panamá, Honduras, República Tcheca e Catar.
Depois, veio a Copa América com seu nível técnico horripilante. Na casa de Tite. Com direito a empate com a Venezuela. Vitória nos pênaltis diante do Paraguai. Semifinal contestada pelo VAR contra a Argentina. E final, com sufoco, contra o Peru.
O grande mérito foi vencer a competição sem Neymar, contundido. Seu envolvimento policiail, com a acusação de estupro e agressão, estava fazendo mal para a concentração da Seleção.
Sua saída foi um alívio geral.
Até dentro do campo, para que Tite não seguisse dando privilégios ao atacante.
O Brasil neste período não teve um plano de jogo definido. Não se modernizou. Pecou prometida revolução tática. Saída de bola lenta, falta de coordenação, de dinâmica entre os meias e os atacantes. Falta de triangulações pelas laterais.
Tite também se manteve fiel ao elenco que fracassou na Rússia. 80% do time principal caiu nas quartas em 2018.
A sua indicação entre os dez premia mais a Conmebol do que o técnico.
Dá moral para a Copa América, desvalorizada por completo pelo continente que domina o futebol há 17 anos, o europeu.
Será quase impossível que jornalistas, internautas, treinadores e capitães de cada seleção coloquem Tite entre os três primeiros.
Por um motivo simples demais.
Não merece.
O grande favorito.
E que fez o melhor trabalho, disparado, tem nome e sobrenome.
Jürgen Klopp.
Alemão que deu uma lição de modernidade, competência, volúpia e personalidade.
Fiel aos seus princípios de altíssima velocidade no ataque, descidas em bloco, recomposição fantástica e encurralar o time adversário que ousasse pisar no gramado de Anfield, ganhou a Champions League de maneira espetacular.
Ele ficará com o prêmio.
Foi o melhor treinador disparado de 2019.
Erik ten Hag fez renascer o Ajax para o mundo.
Assim como o argentino Mauricio Pochettino fez o mesmo com o Tottenham, vice da Champions e quarto colocado no Inglês.
Pep Guardiola chegou ao bicampeonato inglês. Mas fracassou novamente com o elenco bilionário do Manchester City.
Gallardo levou o River Plate à conquista da Libertadores. Mas o fracasso no Mundial, não chegando nem a disputar o título com o Real Madrid, caindo diante do Al Ain, na semifinal, esvazia sua candidatura.
Djamel Belmadi ganhou a Copa Africana com a Argélia, feito importante. Mas que também não ganha relevância diante da Champions.
Por tudo isso, Tite sabe.
Tem que comemorar a indicação entre os dez melhores.
Mas não tem o direito de sonhar.
Sabe que não fez por onde.
Seu trabalho ficou longe do melhor técnico de 2019.
Se ele for verdadeiro com espelho, admitirá.
Nem chegou perto do seu melhor trabalho.
Que desperte para 2022…
Aqui, os outros nove indicados.
Os concorrentes de Tite…
Djamel Belmadi (Argélia) – Seleção argelina
Didier Deschamps (França) – Seleção francesa
Marcelo Gallardo (Argentina) – River Plate
Ricardo Gareca (Argentina) – Seleção peruana
Pep Guardiola (Espanha) – Manchester City
Jürgen Klopp (Alemanha) – Liverpool
Mauricio Pocchetino (Argentina) – Tottenham
Fernando Santos (Portugal) – Seleção portuguesa
Erik Ten Hag (Holanda) – Ajax
r7