Enquanto a bola não volta a rolar, o Santos vive dias de tensão. Na mira da Fifa por causa de dívidas com outros clubes, o Peixe aguarda duas reuniões virtuais (por causa da pandemia do novo coronavírus) do Conselho Deliberativo vistas como decisivas para o futuro do clube.
A primeira está marcada para a próxima terça-feira. Nela, os conselheiros vão votar parecer da Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS) sobre as contas de 2018, que foram reprovadas. O Conselho vai julgar se o presidente José Carlos Peres cometeu atos de irresponsabilidade administrativa.
A reunião estava suspensa desde março, quando as atividades no Santos foram suspensas por causa do novo coronavírus, mas já gerava clima de tensão à época. Isso porque o relatório da CIS aconselha a abertura de processo de impeachment contra Peres e os demais membros do Comitê de Gestão.
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José Carlos Peres, presidente do Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC
Apesar do risco de abertura do processo de impeachment, a diretoria mostra, nos bastidores, confiança pelo encerramento do caso. Pessoas próximas de José Carlos Peres e até opositores acreditam que o Conselho não vai dar seguimento ao pedido.
– A vontade (de me afastar) é uma coisa, mas existe a legislação do clube. O caso de 2018 é emblemático, porque recebemos R$ 100 milhões pela primeira parcela do Rodrygo, que vendemos ao Real Madrid. O clube estava numa situação difícil quando assumimos. Tão logo pegamos esse dinheiro, colocamos tudo em dia. Pegamos US$ 74,5 milhões de gestões anteriores. Isso é fluxo de caixa. Não permitiram que lançassem esses R$ 100 milhões. O Conselho Fiscal veio com a faca nos dentes e disse que o que vale são os contábeis – disse José Carlos Peres à rádio Transamérica.
Não é esse, porém, o sentimento a respeito de outra reunião que deve ser realizada ainda em junho. Depois de votar o relatório da Comissão de Inquérito e Sindicância, o Conselho Deliberativo do Santos vai se reunir virtualmente outra vez para discutir o parecer do Conselho Fiscal sobre as contas de 2019.
Distribuído para os conselheiros na última quarta-feira, o documento recomenda a reprovação das contas do ano passado por diversos motivos, como gastos não justificados com cartões corporativos, pagamento de comissões para agentes de jogadores e a transferência do atacante Bruno Henrique para o Flamengo.
Nos bastidores do Santos, entende-se que as chances de o mais recente relatório ser aprovado pelo Conselho Deliberativo é um pouco maior. Isso significaria que o presidente José Carlos Peres teria contas reprovadas em seus dois anos à frente do Santos – o terceiro é 2020.
Enquanto isso, na Fifa…
Ao mesmo tempo em que tenta se fortalecer politicamente para não ter contas reprovadas pelo segundo ano seguido, o presidente José Carlos Peres busca soluções para problemas do Santos na Fifa.
O Peixe tem diversos processos em andamento e está proibido de registrar jogadores enquanto não chegar a acordos com outros clubes. O principal caso é o do zagueiro Cleber Reis. O Hamburgo, da Alemanha, cobra o pagamento de R$ 15 milhões pela negociação do defensor.
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Cléber Reis na época em que defendeu o Santos — Foto: Ivan Storti/Santos
O Santos também é alvo da Fifa em processos envolvendo o Huachipato, do Chile, o Club Brugge, da Bélgica, o Atlético Nacional, da Colômbia, e o Krasnodar, da Rússia.
As punições, iniciadas com a proibição de registro de jogadores, podem chegar a perda de pontos, como aconteceu recentemente com o Cruzeiro, e rebaixamento.
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