Melhor do mundo isola cobrança após empate por 0 a 0 em tempo normal e prorrogação, como em 2015. Seleção vê jejum de títulos aumentar pelo menos para 25 anos.
RESUMÃO
- O JOGO
- Por Victor Canedo
Direto de Nova Jersey, EUAMessi fazia o torneio de sua vida com a Argentina. Foi o maior responsável por levar o público americano comum aos estádios durante quase um mês – muitos deles talvez tenham percebido que o soccer realmente pode ser mágico e midiático, puro entretenimento. Mas vá dizer isto a um argentino hoje. O melhor jogador do mundo deixa a Copa América Centenário como um dos vilões depois de desperdiçar um pênalti decisivo, por cima do gol. Biglia também perdeu, Higuaín novamente viu as traves de Nova Jersey encolherem, e a Argentina seguirá em jejum. O Chile, de um Bravo que reescreveu sua história dentro do torneio, é o bicampeão. A geração dourada conquistou o título com vitória por 4 a 2 na marca da cal – só Vidal não marcou após o empate por 0 a 0 no tempo normal e prorrogação. - DESTAQUE
- O JEJUM CONTINUA
- A Argentina não sabe o que é levantar um troféu desde 1993. Talvez por isso Messi tenha chorado após o título cair nos colos do Chile mais uma vez, num roteiro muito parecido a 2015. O camisa 10 acumula quatro dos sete vices da seleção neste período. E serão ao menos 25 anos de jejum até o próximo torneio, a Copa do Mundo na Rússia, em 2018. Messi, se nada o impedir, estará lá, com 31 anos. Mas sabe que o tempo está passando – e ele ainda não subiu no bonde dos argentinos campeões.
- DESTAQUE
- CHILE: FUTEBOL DE CONTINUIDADE
- O Chile comemora o segundo título de sua história, o primeiro com Juan Antonio Pizzi. O técnico argentino – como Jorge Sampaoli – teve como maior mérito a continuidade de um projeto. Recebeu uma herança de presente e tentou dar a sua identidade sem modificar o espírito coletivo. Em campo, os jogadores fizeram o que deles se esperava. Vidal foi gigante no meio-campo, especialmente durante o período em que a Roja jogou com um a menos em virtude da expulsão de Díaz (Rojo receberia o vermelho de Héber Roberto Lopes 14 minutos depois). Bravo apareceu na prorrogação e nos pênaltis. Sánchez correu, correu e correu mais um pouco – acabou sendo eleito o melhor do torneio. Vargas, o artilheiro, com seis gols, não pôde marcar, mas tinha crédito.
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- HÉBER PARA TODOS
- O chute perigoso de Banega, com segundos de jogo, poderia sinalizar algo. Não significou tanto para um primeiro tempo em que o árbitro Héber Roberto Lopes foi mais notícia que os jogadores. O brasileiro roubou a cena e irritou tanto o Chile quanto a Argentina ao expulsar Díaz, aos 27 minutos (a reclamação é de um rigor excessivo no segundo amarelo), e Rojo, aos 41 (o carrinho por trás não acertou em cheio Vidal).
- DESTAQUE
- PASSOU UM FILME…Messi foi Messi em raras oportunidades – nas duas em que carregou a bola, sofreu faltas de Díaz, portanto, de alguma maneira foi importante. E a Argentina foi menos Argentina, muito por culpa do Chile e sua forte pressão. Quando teve a chance mais clara, Higuaín não a aproveitou – lembrou 2014 quando avançou sozinho após Medel se complicar (a coincidência também está no minuto 20). A finalização saiu à direita de Bravo, como foi com Neuer. Imperdoável, mais uma vez, principalmente para um atacante de seu nível – vem de 36 gols no Campeonato Italiano, um novo recorde.
- DESTAQUE
- MESSI, SOZINHO
- As expulsões tornaram os times mais cautelosos. Havia mais espaço, mas arriscar-se era um temor, não um objetivo. Messi recuou com a Argentina e passou a receber as bolas antes do círculo central. Arrancava praticamente sozinho nos contra-ataques, sem ter com quem dialogar, enquanto era seguido de perto pela defesa chilena. Vargas teve sua chance, Agüero também. Faltou pontaria e sobrou nervosismo a caminho de mais uma prorrogação, como em 2015.
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- TENSÃO EXTRA
- As chances que andaram sumidas apareceram no tempo extra. Vargas subiu sozinho na área, mas cabeceou fraco, sem muito trabalho para Romero. Do outro lado, Messi cobrou falta na cabeça de Agüero, que obrigou Bravo a fazer talvez a defesa do torneio – a bola ainda tocaria no travessão e sairia por cima. Quis o destino que novamente os pênaltis definissem a glória e o fracasso.
- DESTAQUE
- RECORDE EM NOVA JERSEY
- A finalíssima recebeu 82.026 pessoas, o maior público de futebol já registrado em Nova Jersey. A maioria presente era de argentinos – ou que torciam para a seleção de Lionel Messi. O número ajudou a impulsionar a média de toda a Copa América Centenário para 46.199.Fonte: globoesporte
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