Marquinhos Santos completa um mês da estreia, sem vitória e com Chape acumulando números ruins

Afundado na zona de rebaixamento, o clube está cada vez mais longe do lado de fora. A 11 rodadas do final da Série A, a diferença é de 12 pontos para o Fluminense, 16º colocado, primeiro fora do Z-4 e adversário na próxima rodada.

Marquinhos chegou na metade de setembro. No discurso, a esperança de recuperar Chapecoense na base de conversa, mas também do trabalho. Na visão do técnico, o “vestiário blindado” era o diferencial para garantir a possibilidade de permanência na Série A. Na virada de um turno para outro, restavam 19 rodadas – consideradas decisões para o treinador.

No processo de retomada, Marquinhos Santos esbarrou na dificuldade de dar sequência para o time. Foram oito jogos sem conseguir repetir a escalação entre uma partida e outra. Fosse por lesão, suspensão ou opção. Não será um fator novo para o jogo contra o Fluminense, já que Douglas recebeu o terceiro amarelo e está suspenso.

Além disso, encarou o momento de afunilamento do Brasileirão. Enquanto Ney Franco e Emerson Cris puderam desfrutar de rodadas a cada final de semana, Marquinhos Santos encarou uma maratona, com partidas também no meio de semana. Além disso, foi com Ney Franco que a Chapecoense passou pelo mês de parada para a Copa América – já na zona de rebaixamento.

Diante do cenário de jogos em sequência e perdas frequentes, é de Marquinhos Santos o pior aproveitamento com a Chape nesta Série A. São apenas três pontos somados em oito jogos. A esperada evolução em termos de defesa e ataque também não aconteceram, e o clube segue como o time mais vazado e também o com maior número de derrotas.

– De todos que tem menos culpa é o Marquinhos. Pegou nosso time em uma situação difícil e com pouco tempo de trabalho. Chegou em um período só de jogos praticamente, pouco se podia fazer em questão de treinamento. Mas mesmo assim conseguiu colocar a ideia de jogo que ele gosta. Nossa equipe conseguiu ter uma pequena evolução, mas sem resultados. Fizemos bons jogos, mas o fato de jogar bem não foi suficiente. O Marquinhos está inserido, mas é o que menos tem culpa pelo nosso momento – disse o capitão Douglas.

Mesmo com o desempenho ruim, Marquinhos Santos conta com o prestígio da diretoria verde e branca. O trabalho do técnico é elogiado internamente, apesar do baixo aproveitamento. O clube não planeja o fim antecipado do contrato mesmo em um eventual rebaixamento antes do término do Brasileirão.

Após o empate contra o Goiás, no último domingo, quando a Chapecoense vencia a partida por 2 a 0, Marquinhos Santos demonstrou abatimento e se disse envergonhado por ainda não ter vencido no comando do time verde e branco, algo, segundo ele, que ainda não havia vivenciado na carreira.

– Eu me sinto envergonhado por não vencer, e o torcedor tem mostrado dedicação. Fiquei chateado ao ver torcedor na chuva, e sei o quanto dói – disse na ocasião.

Após a entrevista coletiva, já com poucas pessoas na Arena Condá, o técnico conversou por longo período com o gerente de futebol, Michel Gazola. Depois, sozinho, caminhou pelo gramado do estádio, reflexivo.

Na próxima rodada, Marquinhos terá nova oportunidade de colocar fim ao jejum próprio de oito jogos, e o da Chapecoense, que já dura 12 partidas. O adversário é um concorrente direto na luta contra o rebaixamento, e a esperança do Verdão do Oeste é recuperar a confiança perdida com o empate contra o Goiás.