Mansueto Almeida: importante é aprovar reforma da Previdência neste ano
Embora o mercado financeiro se mostre apreensivo, o fundamental é que a reforma da Previdência seja aprovada neste ano porque, do ponto de vista fiscal, seus efeitos só passarão a valer a partir do ano que vem, disse nesta quinta-feira (7) Mansueto Almeida, secretário do Tesouro do governo Bolsonaro.
“Notei que os mercados ficaram um pouco apreensivos porque queriam que a reforma fosse aprovada até maio ou junho. Mas, mesmo que a Previdência fosse aprovada aí, não teria impacto neste ano, só no ano seguinte”, disse Mansueto, em referência à frustração refletida no desempenho da Bolsa, em meio a percepção de que as mudanças na aposentadoria podem demorar mais do que o esperado para passar pelo Congresso.
O fato de, eventualmente, a reforma ser aprovada dois ou três meses depois de maio ou junho, como o esperado, não é o fundamental, disse Mansueto. “O fundamental é aprovar neste ano”, disse ele a jornalistas, após falar a uma plateia de empresários em evento da Amcham, a Câmara de Comércio entre Brasil e EUA, em São Paulo.
Mansueto reconheceu que a aprovação imediata da reforma traria efeitos positivos sobre as expectativas dos agentes econômicos, mas “efeito fiscal zero.”
“O mercado quer mais clareza agora para já tomar decisões de investimento, mas Previdência é um tema sensível, e é necessário um debate político profundo e no Congresso”, disse. “O melhor cenário para o mercado é que ela fosse aprovada na próxima semana, mas isso é impossível porque estamos numa democracia.”
Com relação a importância das expectativas dos agentes -sempre lembrada por especialistas que defendem a reforma o quanto antes-, Mansueto afirmou que o cenário de economia se recuperando, juros em nível historicamente baixos e juros futuros em queda já é positivo é que as mudanças na Previdência virão para consolidar isso.
Versões do projeto Mansueto disse também que o projeto da reforma da Previdência está pronto com três, quatro, cinco, até seis versões. Mas que a proposta a ser enviada ao Congresso precisa passar por uma decisão política, o que é normal.
“Importante é que a reforma da Previdência seja feita neste ano. O importante é que se tenha clareza olhando para os próximos anos que o Brasil resolveu um problema que não é fiscalmente sustentável.”
Segundo Mansueto, os militares vão entrar na versão final da proposta, mas que as discussões estão sendo tocadas pela própria categoria. “Eles já falaram que vão dar o sacrifício também”.
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