Líder do Grupo Wagner está na Rússia, diz presidente de Belarus
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, revelou que o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, está na Rússia. A revelação foi feita nesta quinta-feira, 6, enquanto um bombardeio das tropas russas na cidade de Lviv, na Ucrânia, deixou quatro mortos. Lukhashenko foi responsável por mediar o acordo que pôs fim ao motim do grupo de Prigozhin na Rússia. Um dos itens do acordo previa o exílio do líder do grupo em Belarus, o que ainda não aconteceu. “No que diz respeito a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Onde ele está hoje? Pode ter viajado para Moscou ou para outro lugar, mas não está em território bielorrusso”, declarou o presidente Lukashenko em uma entrevista coletiva à imprensa estrangeira em Minsk. Lukashenko também afirmou que os combatentes do grupo estão em seus campos permanentes na Ucrânia e não em Belarus. Após a declaração do presidente de Belarus, Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que o governo da Rússia não está acompanhando os movimentos de Prigozhin.
O acordo estabelecido entre o Kremlin e o Wanger, com mediação de Lukasshenko, determinava que Prigozhin deveria se exilar em Belarus, que é aliado da Rússia. Durante o motim, Putin chamou Prigozhin de “traidor” e deu aos combatentes opções de entrar para o exército oficial, ir para Belarus ou retomar suas vidas civis. Lukashenko anunciou que Prigozhin havia desembarcado em Belarus no dia 27 de junho e que ele teria convencido Putin a não matar o líder dos paramilitares. “Sei com certeza que está em liberdade”, disse Lukashenko, que assegurou ter conversado por telefone na quarta-feira com Prigozhin, quando o fundador do grupo Wagner teria declarado que continuará “trabalhando para a Rússia”. Lukashenko afirmou que a presença dos combatentes em Belarus ainda não está resolvida, mas disse estar convencido de que o grupo não se rebelará ou usará suas armas contra seu governo.
Novo ataque à Ucrânia
Em meio ao conflito com os paramilitares, Putin segue sua ofensiva contra os ucranianos. Dessa vez, a cidade de Lviv foi o alvo, com mais de 30 prédios sendo atingidos por mísseis ao longo da noite. Ao todo, quatro pessoas morreram e outras 37 ficaram feridas. “Este é o ataque mais destrutivo contra a população civil da região de Lviv desde o início da guerra”, afirmou o comandante da administração militar regional, Maksym Kozytsky, no Telegram. Na central nuclear de Zaporizhzhia (sul), a maior da Europa e ocupada pelos russos desde março de 2022, a tensão estão “diminuindo”, afirmou Nataliya Gumenyuk, porta-voz do exército ucraniano. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, critica a demora do Ocidente em entregar as armas ocidentais, o que, segundo ele, permitiu que a Rússia fortalecesse suas defesas nas zonas ocupadas.