La Niña vai provocar chuvas acima da média nos próximos meses na Amazônia
Em alguns estados da região, o fenômeno favorece a formação de nuvens e, consequentemente, o aumento de precipitações
O inverno amazônico, como é chamado o período chuvoso na Amazônia, que ocorre entre novembro e abril, terá índices pluviométricos acima do normal. Isso porque a região está sob efeito do fenômeno La Niña, que provoca a formação de nuvens e, consequentemente, chuvas em excesso. As informações são do meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Gustavo Ribeiro.
A cidade de Manaus (AM) teve nesta terça-feira (27) uma amostra do que pode ser o inverno amazônico de 2017 com a forte chuva que caiu sobre a capital. Segundo o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), os pluviômetros espalhados pela cidade registraram, desde as primeiras horas da manhã, de 82,4 milímetros (mm) a 112 mm de chuva, mais da metade prevista para todo o mês de dezembro, que de 190 mm a 200 mm.
“Além disso, de 1º de dezembro até o dia 26, foram registrados 333,6 mm de chuva. Somado o acumulado com a média registrada nesta terça-feira (27), e ainda em crescimento, a quantidade de chuva irá ultrapassar os 415 mm, mais que o dobro do esperado para todo o mês”, explica Ribeiro.
Sobre dezembro, ele destaca que ainda temos mais quatro dias para o término do mês. “Podemos afirmar que as chuvas ficarão com volumes bem acima da média. A previsão para os próximos dias é de tempo instável com chuva e trovoadas, mas a princípio a chuva não será volumosa e intensa como a de hoje”, completa.
Sipam prevê dias quentes e chuvosos em Manaus
Segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), as condições do tempo para os próximos três dias indicam céu variando de nublado a parcialmente nublado. Quanto a ocorrência de chuvas, nesta quarta-feira (28) pode chover a qualquer hora do dia. Já na quinta-feira (29) e sexta-feira (30), a tendência é de eventos isolados de chuva. Nestes dias as temperaturas devem variar entre mínimas de 23°C e máximas entre 29°C e 31°C. “Em resumo, a previsão indica redução no volume das chuvas e elevação das temperaturas, se comparadas a esta terça-feira (27)”, conclui a previsão.
Em geral, o La Niña ocorre em intervalos de dois a sete anos e dura nove a 12 meses, mas existem registros de episódios com duração de mais de dois anos. Ele também ocorre com menor frequência que o El Niño.O fenômeno interfere nas condições climáticas da atmosfera e provoca, por exemplo, na Colômbia e na Austrália, chuvas abundantes e até enchentes. Por outro lado, pode provocar diminuição das chuvas no oeste da Argentina e do Chile, no Peru, Paraguai e Equador.
No Brasil, os efeitos são diferentes e quase opostos aos do El Niño, pois ocorrem chuvas mais abundantes no norte e leste da Amazônia, o que eleva a vazão do Bacia Amazônica e pode provocar cheias acima do normal. No Nordeste também ocorre um aumento de chuvas. Já na região Sul, pode levar a secas severas e aumento das temperaturas, prejudicando as atividades agrícolas da região. No Sudeste e Centro-Oeste os efeitos são imprevisíveis, de secas a inundações e tempestades.
Fonte:Portal Amazônia