Juiz que errou em expulsão de Gabriel, do Corinthians, é suspenso pelo TJD
Thiago Duarte Peixoto pega gancho de 60 dias por mostrar (e manter) vermelho para jogador errado; clima entre árbitro e advogado do Timão esquenta após julgamento
Pivô das polêmicas no último clássico entre Corinthians e Palmeiras, quando errou na expulsão do volante corintiano Gabriel (veja o lance acima), o árbitro Thiago Duarte Peixoto foi suspenso por 60 dias pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo, em julgamento realizado nesta segunda-feira, na sede da Federação Paulista de Futebol. No mesmo julgamento, o TJD anulou os cartões amarelo e vermelho para o jogador alvinegro.
No lance, o volante corintiano Maycon puxou o palmeirense Keno. O juiz se confundiu e expulsão Gabriel, que nem participou da jogada.
Em seu depoimento, Thiago Peixoto afirmou que em nenhum momento seus auxiliares o avisaram que Gabriel não havia puxado Keno. Há imagens mostrando o quarto árbitro dizendo que não havia sido o volante que cometeu a falta, mas, segundo Thiago, seu colega estava se referindo ao carrinho que o corintiano Pablo deu na sequência, cortando a bola.
O juiz disse que questionou os assistentes e eles não tinham certeza sobre o lance.
– Em nenhum momento alguém chegou para mim e disse que não foi o Gabriel. Se falasse, eu poderia voltar atrás ou não.
Thiago diz que o lance foi rápido e se preocupou com o carrinho de Pablo. Quando voltou para dar cartão em quem puxou Keno, Gabriel estava à sua frente. Maycon já tinha saído do lance. Ele, então, se confundiu.
– Assumo que foi um erro. Não é um problema para mim (assumir). Em nenhum momento quis isso.
Logo após o depoimento do árbitro, foi a vez do advogado do Corinthians, João Zanforlin, se manifestar e exigir a punição. Ele foi duro em suas críticas.
– Dizem por aí que o senhor (Thiago) tem o nariz empinado. Persistir no erro é burrice. Você está muito muito mal orientado – disse Zanforlin a Thiago Duarte.
Após o julgamento, Thiago Duarte Peixoto deixou a sala sem conceder entrevistas e se encaminhou para o elevador. Antes de entrar, ele viu Zanforlin. O clima esquentou:
– Preciso falar com o senhor… – disse o árbitro.
Antes que ele pudesse esticar a conversa, seus acompanhantes (um advogado e um representante do sindicato do árbitros de São Paulo) o puxaram para dentro do elevador.
– O que é que ele está falando aí? – questionou o advogado corintiano, que continuou:
– Você poderia ter sido mais humilde (e reconhecer o erro)…
O juiz entrou respondeu:
– Eu sou humilde…
A porta então se fechou evitando uma discussão mais ríspida.
Fonte: globoesporte