Na manhã desta quarta-feira (7), a Companhia de Participações em Concessões (CCR) arrematou o Bloco Sul no leilão de aeroportos da Infraero. O pacote inclui nove terminais aéreos, incluindo o de Joinville, Lauro Carneiro de Loyola.
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Na avaliação do secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável de Joinville, Marcel Virmond Vieira, a concessão trará diversos benefícios ao município e a expectativa da prefeitura é positiva.
– Foi um leilão disputado, com diversos grupos econômicos presentes, especialmente com o resultado final 15 vezes superior ao valor mínimo proposto pelo governo federal demonstram que esse grupo tem interesse verdadeiro de fazer investimento – considera.
Segundo Marcel, o impacto para a cidade poderá ser percebido desde o fluxo de carga de pessoas, sendo especialmente executivos e técnicos, até movimentação no turismo.
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– A estratégia de Joinville é colocar a cidade como a melhor porta de entrada de Santa Catarina. A partir de Joinville, você pode realizar diversas ações na região que levam a esse desenvolvimento – completa.
O secretário compara a evolução com a construção de pórticos há cerca de 30 anos, quando a essência do turismo era o rodoviário. Segundo ele, esse era o desejo dos municípios. No entanto, com o avanço da tecnologia e acesso mais fácil à internet, o formato de viagens e, portanto, de entrada nas cidades têm alterado.
“Joinville requer e merece um aeroporto melhor”, diz presidente da Acij
A Associação Empresarial de Joinville (Acij) também tem boas expectativas após o resultado da manhã desta quarta-feira. A entidade afirmou que a concessão foi a terceira boa notícia sobre o aeroporto de Joinville recebida nas últimas duas semanas. A primeira foi a derrubada da liminar que suspendia o leilão do Bloco Sul e a segunda, a retomada da linha Joinville/Congonhas pela Latam.
O presidente da Acij, Marco Antonio Corsini, afirmou que ouviu do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e do secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, que o leilão define um pacote mínimo de investimentos da empresa vencedora, mas que não há restrições para ampliação destas melhorias.
– Por ser a terceira maior economia da região Sul do Brasil, Joinville requer e merece um aeroporto melhor, com novas linhas e mais opções de vôo, o que acabará tornando os preços mais competitivos. E desta forma teremos mais passageiros voando por Joinville – avaliou.
Melhorias
O aeroporto de Joinville passou por algumas mudanças nos últimos anos a partir de investimentos por parte do Governo Federal. Dentre elas, ampliação do parque de aeronaves, construção de um terminal de carga aérea, torre de controle, instalação de equipamentos de segurança para melhorar a usabilidade do aeroporto em condições climáticas adversas, entre outros.
A Prefeitura de Joinville considera que, a partir de agora, os projetos de melhorias e revitalizações têm mais chances de acontecer, tanto para fins comerciais como também de transporte de passageiros.
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Virmond considera, ainda, que os maiores desafios são relativos à continuidade dos investimentos na estrutura.
– Temos que esperar para ver o que de fato vai acontecer, mas isso demonstra que há interesse no investimento – reforça Virmond.
Maior concessão já feita no Brasil
O governo federal ofereceu, ao todo, 22 terminais aeroportuários nesta rodada de concessões – a maior já feita no país. Diante da pandemia, os valores do edital foram reduzidos, para fazer frente à crise no setor aeroportuário. Os preços oferecidos pelas concessionarias, no entanto, surpreenderam. As ofertas iniciais somaram R$ 3,3 bilhões.
O período de contrato é de 30 anos, período em que as empresas assumem obrigações de investimentos nos aeroportos.
A CCR tem associação com a operadora suíça opera Flughafen Zürich AG, que administra o Aeroporto Internacional de Zurique. O grupo opera aeroportos no Equador, na Costa Rica e em Curaçao, no Caribe. No Brasil, administra o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte (MG).