Jejum intermitente. Nova pesquisa revela mais um benefício para a saúde
O jejum peso não é somente uma prática adequada para quem deseja emagrecer. Um novo estudo mostra que manter uma alimentação restrita pode ser altamente benéfico quem sofre de síndrome metabólica – condição que inclui uma série de problemas de saúde, como pressão alta, níveis elevados de açúcar no sangue, excesso de gordura corporal na região da cintura e níveis elevados de colesterol.
O estudo, publicado na revista Cell Metabolism, demonstrou que evitar comer durante 14 horas reduz a pressão arterial e os níveis de colesterol, além de promover a perda de peso e de gordura abdominal – desde que acompanhado pelas medicações indicadas para tratar essas doenças.
Os investigadores explicam que o jejum intermitente ajuda a regular o ritmo circadiano – também conhecido como relógio biológico –, responsável por controlar os processos biológicos diários. Segundo a equipa, padrões alimentares irregulares podem interferir no ritmo circadiano e aumentar o risco de síndrome metabólica. Portanto, manter horários regulares para se alimentar pode evitar esse risco.
Os dados apurados são relevantes já que a síndrome metabólica aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. “O metabolismo está intimamente ligado aos ritmos circadianos e, sabendo disso, fomos capazes de desenvolver uma intervenção para ajudar os pacientes com síndrome metabólica sem diminuir as calorias ou aumentar a prática de exercício físico”, comentou Pam Taub, da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, ao site especializado Medical Daily.
O estudo
Para chegar a esta descoberta, os cientistas recrutaram 19 pessoas (13 homens e seis mulheres) – todos diagnosticados com síndrome metabólica. Os participantes relataram comer durante uma janela de tempo superior a 14 horas por dia. A equipa orientou os voluntários a usarem uma aplicação específica para registar quando e o que comiam durante duas semanas. No final desse período, os participantes entraram no regime de jejum intermitente, sendo orientados para comerem durante um período de 10 horas por dia.
A análise das observações revelou que os participantes que seguiram corretamente as instruções apresentaram melhorias no sono, redução de até 4% no peso corporal e diminuição da massa corporal, gordura abdominal e circunferência da cintura. Os investigadores notaram ainda que houve uma melhoria nos fatores de riscos para doenças cardíacas.
Outra observação importante indicou níveis reduzidos de pressão arterial, colesterol, açúcar no sangue e níveis de insulina. Todos esses resultados foram obtidos através da combinação do jejum intermitente e medicações específicas para controlo dos problemas de saúde registados.
Os cientistas observaram que comer e beber dentro de uma janela consistente de 10 horas permite que o corpo descanse e restaure por 14 horas à noite. “Ao contrário da contagem de calorias, a ingestão de alimentos com restrição de tempo é uma intervenção dietética simples de incorporar, e descobrimos que os participantes conseguiram manter a programação alimentar”, disse Satchidananda Panda, do Instituto Salk, nos Estados Unidos, ao Medical Daily.
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