Índice de Preços ao Produtor varia -1,05% em janeiro
Os preços da indústria variaram -1,05% em janeiro de 2019, resultado superior ao de dezembro de 2018 ( -1,56 %). Das 24 atividades pesquisadas, 11 apresentaram variações positivas de preços, mesma quantidade do mês anterior. O material de apoio da divulgação do Índice de Preços ao Produtor está disponível nesta página.
Na passagem de dezembro de 2018 para janeiro de 2019, os preços das indústrias extrativas e de transformação (indústria geral) variaram -1,05%, valor superior ao observado na comparação entre dezembro de novembro de 2018 (-1,56%). As quatro maiores variações ocorreram entre os produtos das seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (-8,98%), outros produtos químicos (-3,43%), fumo (-2,77%) e madeira
(-2,52%). As maiores influências foram indústrias extrativas (-0,40 p.p.), outros produtos químicos (-0,36 p.p.), alimentos (-0,24 p.p.) e metalurgia (-0,17 p.p.).
No acumulado dos últimos 12 meses (janeiro de 2019 contra janeiro de 2018) o resultado foi de 7,99%, contra 9,64% em dezembro de 2018. As quatro maiores variações de preços ocorreram em outros equipamentos de transporte (14,73%), indústrias extrativas (13,82%), outros produtos químicos (13,01%) e fumo (11,78%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: alimentos (1,50 p.p.), outros produtos químicos (1,27 p.p.), metalurgia (0,90 p.p.) e veículos automotores (0,62 p.p.).
Entre as Grandes Categorias Econômicas, a variação de preços de -1,05% em janeiro repercutiu da seguinte maneira: bens de capital (-0,23%), bens intermediários (-1,62%) e em bens de consumo (-0,22%), sendo 0,88% em bens de consumo duráveis e -0,58% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
E a influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: bens de capital (-0,02 p.p.), bens intermediários (-0,95 p.p.) e bens de consumo (-0,07 p.p.), sendo bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-0,14 p.p.) e bens de consumo duráveis (0,07 p.p.).
Já a variação de 7,99% no acumulado dos últimos 12 meses repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: bens de capital, 10,43% (0,89 p.p.); bens intermediários, 10,30% (5,89 p.p.); e bens de consumo, 3,53% (1,21 p.p.), sendo 0,47 p.p. de bens de consumo duráveis e 0,74 p.p. de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Destacaram-se os seguintes setores:
Indústrias extrativas: em janeiro, o setor variou -8,98%, quarta queda seguida após uma sequência de altas que vinha desde dezembro de 2017. Na comparação com janeiro de 2018, houve variação positiva de 13,82%, segunda maior variação para a indústria geral. Em termos de influência, os resultados foram de -0,40 p.p. na comparação mês contra mês anterior (-1,05%) e de 0,54 p.p. no acumulado nos últimos 12 meses (7,99%).
Alimentos: em janeiro de 2019, os preços do setor variaram em -1,29%. Na comparação com janeiro de 2018, os preços mais recentes são 8,01% maiores. Em termos de número-índice, o pico da série foi em setembro de 2018 (126,90), ou seja, em janeiro o número-índice observado (124,31) é menor em 2,00%. Além do setor de ter sido a maior contribuição no cálculo (19,58%), foi também a terceira maior influência no resultado mês contra mês anterior (-0,24 p.p., em -1,05%) e a primeira na comparação entre os meses de janeiro de 2019 e de 2018 (1,50 p.p., em 7,99%).
Em temos de produtos em destaque, são os mesmos quatro que aparecem tanto na perspectiva da variação quanto na da influência. A influência dos quatro produtos foi de -0,96 p.p. (em -1,29%), sendo que um único produto teve variação positiva de preços, “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”, o que se explica, em grande parte, pelo aumento do preço do leite cru, impulsionado por uma maior demanda da indústria. Os outros três produtos são: “resíduos da extração de soja”, “óleo de soja em bruto, mesmo degomado” e “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”. A redução desses preços está ligada à sazonalidade habitual no mercado de carne e à oferta americana de soja, que ainda pressiona o mercado.
Outros produtos químicos: a indústria química, em janeiro, apresentou pelo terceiro mês seguido uma variação negativa (-3,43%), mas resultando, mesmo assim, em um acumulado nos últimos 12 meses de 13,01%.
A redução de preços está muito ligada aos resultados internacionais, aos custos da matéria-prima importada, aos preços dos derivados de petróleo acumulados no último trimestre e especialmente à nafta (significativa queda
no mês).
As quatro maiores variações de preços da atividade no mês foram negativas, sendo que três dos produtos que foram destaque neste tipo de análise também foram em termos de influência: “PEAD”, “polipropileno (PP)” e “propeno (propileno) não-saturado”, os três utilizando derivados de petróleo em sua composição. O quarto produto foi “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, também com queda de preços.
Em relação aos resultados acumulados nos últimos 12 meses, a situação é oposta ao comparativo do mês contra o mês imediatamente anterior. Os quatro produtos de maior influência tiveram resultados positivos: “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “herbicidas para uso na agricultura”, “polipropileno (PP) e “tintas e vernizes, em meio aquoso, para construção”. Os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior influenciaram o resultado negativo em -2,73 p.p. no resultado de variação de -3,43% no mês, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram positivamente com -0,70 p.p.
Metalurgia: ao comparar os preços de janeiro de 2019 contra dezembro de 2018, houve uma variação de -2,05%, quarta variação negativa seguida. Porém, mesmo com esse resultado, a atividade acumulou nos últimos 12 meses uma variação de 11,26%, valor muito próximo do acumulado em 12 meses de janeiro de 2018 (10,47%). Uma análise dos números-índices da série indica que, entre dezembro de 2013 (base da série) e janeiro de 2019, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 45,06%.
Os quatro produtos que tiveram as maiores variações de preços, pertencem ao grupo de “metalurgia de matérias não-ferrosos”, são eles: “alumínio não ligado em formas brutas”, “ligas de alumínio em formas brutas”, “barras, perfis e vergalhões de cobre de ligas de cobre” e ‘barras, perfis ou vergalhões de alumínio”. Estes quatro produtos em relação a variação total do mês representaram -1,54 p.p., do total de -2,05% da atividade.
O setor é influenciado pela combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos e do grupo de materiais não ferrosos (cobre e alumínio), que têm comportamentos diferenciados. O primeiro grupo, do setor siderúrgico, é afetado pelo excedente de capacidade de aço no mundo (apesar dos cortes de produção na China, acompanhado de aumento de preços), pelas variações do Dólar, pela flutuação dos valores do minério de ferro, produto que tem conseguido uma recuperação de preços a partir do segundo semestre de 2017, pelo aquecimento do setor automotivo e pelas medidas protecionistas adotadas na União Europeia e nos Estados Unidos. Em relação aos materiais não ferrosos, os preços estão ligados às cotações internacionais, que caíram na primeira quinzena de janeiro.
Veículos automotores: em janeiro, a variação observada no setor foi de 0,57%, quando comparada com o mês imediatamente anterior, mesma variação observada na passagem de novembro para dezembro. Com este resultado, o acumulado nos últimos 12 meses alcançou 5,66%. Em janeiro de 2018 o resultado acumulado apresentou valor próximo (5,11%).
O resultado de janeiro foi a 28ª variação positiva nos últimos 30 meses. Nesse período (agosto de 2016 e dezembro de 2018) apenas em agosto de 2017 (-0,08%) e novembro de 2018 (-0,05%) houve variação negativa, acumulando alta de 15,01% no período.
Além de ser um dos setores de maior peso no IPP, com uma contribuição de 11,11% – atrás apenas dos setores de alimentos (19,58%) e refino de petróleo e produtos de álcool (11,91%) – a atividade de veículos automotores também se destacou por apresentar a quarta maior influência na variação acumulada nos últimos 12 meses (0,62 p.p. em 7,99%).
Entre os quatro produtos de maior influência, apenas um impactou positivamente o índice mês contra mês anterior: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, justamente o produto de maior peso no setor. Os outros três tiveram impacto negativo no indicador: “caixas de marcha para veículos automotores”, “carrocerias para ônibus” e “caminhão-trator para reboques e semi-reboques” – somente este último produto está entre aqueles que apresentam os maiores pesos no setor. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação mensal foi de 0,49 p.p., ou seja, os demais 21 produtos da atividade contribuíram com 0,09 p.p.
Já em relação ao indicador acumulado nos últimos 12 meses, todos os quatro produtos de maior influência no índice o impactaram positivamente: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “caminhão diesel com capacidade superior a 5t”, “peças para motor de veículos automotores” e “caminhão-trator para reboques e semi-reboques” – sendo que esses quatro produtos são também aqueles que apresentam os maiores pesos na atividade.