Governo está a “ocultar” as verdadeiras causas das supressões na Soflusa
É caso para dizer que o Governo e a administração se serviram do problema laboral para virar o descontentamento dos utentes com a falta do transporte contra os trabalhadores e, desse modo, ocultar as verdadeiras razões das constantes supressões das carreiras”, frisou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista discursava na Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense, no Barreiro, no distrito de Setúbal, onde criticou o Governo por, “de modo continuado, não admitir os trabalhadores em falta e protelar os investimentos necessários”.
Neste sentido, considerou que a solução encontrada para resolver os problemas existentes, através de uma atualização do prémio dos mestres, é “uma resposta parcelar”, que “não ilude os problemas de fundo”.
Jerónimo de Sousa responsabilizou, assim, a “política de direita” pelos problemas existentes na Soflusa, por assentar “na ausência de investimento na frota, na sua manutenção e na falta de trabalhadores”.
O secretário-geral do PCP também culpabilizou o anterior Governo PSD e CDS por conduzir a “uma política de alienação de navios, degradação da frota, destruição de postos de trabalho, ataques aos direitos laborais e salários, e enormes cortes na oferta de transporte público”.
“Aquilo que o PCP, os trabalhadores e os utentes da Soflusa exigem é que o Governo, sem mais demoras, admita os trabalhadores em falta e acabe com o escândalo da precariedade existente na empresa, pare com a intenção de mandar mais serviços para empresas externas, invista na frota e na sua manutenção, e reconstitua o seu serviço de manutenção de modo a ser assegurada uma resposta pronta aos diversos problemas que se colocam à operação no dia-a-dia”, defendeu.
As perturbações no serviço da Soflusa começaram em 10 de maio devido à falta de mestres, o que se agudizou com uma paralisação parcial de dois dias e também uma greve às horas extraordinárias, que se iniciou em 23 de maio e estava prevista até ao final do ano.
Na sexta-feira, os sindicatos, a administração e o Governo chegaram a acordo, através de uma atualização do prémio dos mestres e as três greves agendadas foram desconvocadas.
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