Gastos do governo federal com leite condensado revoltam políticos e população
Jair Bolsonaro gosta de passar leite condensado no pão e já postou foto nas redes sociais com essa guloseima. Isso muita gente conhecia. O que não se sabia e foi revelado agora pelo site Metrópoles, é que o Governo Federal gastou ano passado R$ 15 milhões com leite condensado. Esse valor não está dentro das despesas do palácio do Governo, ou seja despesas pessoais do presidente, e sim de toda administração federal. Outros gastos chamam a atenção pelo volume e valor elevados, de um total de R$ 1,8 bilhões de despesas com alimentação – um aumento de 20%: chicletes, R$ 2,2 milhões; molhos (shoyo, pimenta, molho inglês).
R$ 14 milhões; pizza e refrigerante juntos, R$ 32,7 milhões. Até o Ministério da Defesa, onde se presume que militares não gastem com supérfluos, acusou um custo de R$ 2,5 milhões com vinho.
Vinho para alimentar a tropa e pipoca para índios
Neste último item, o Ministério da Economia justificou que a maior parte dos gastos de alimentação é justamente com o Ministério da Defesa, para alimentar a tropa ativa (R$ 632 milhões) “com alimentação balanceada”, e estaria dentro do orçamento. O segundo ministério que mais gastou foi o de Educação, com R$ 60 milhões; e o terceiro o Ministério da Justiça, com pouco mais de R$ 2 milhões. A maior parte teria ido para a Fundação Nacional do Índio (Funai), com “alimentos” como milho de pipoca, leite condensado e sagu.
Gastos fora da realidade viraliza nas redes sociais
O fato logo viralizou nas redes sociais com mensagens de revolta e protesto.
O Twitter registrou 200 mil menções do tema até as 15 horas desta terça-feira (26). Deputados de três siglas prometeram cobrar o governo. Os deputados federais David Miranda (PSOL) e Kim Kataguiri (DEM) entraram com ações para investigar os fatos. David Miranda e alguns deputados e deputadas do seu partido protocolaram na tarde desta terça-feira (26) uma representação ao procurador-geral da República Augusto Aras solicitando apuração da denúncia e a responsabilização de Jair Bolsonaro.
O deputado Ciro Gomes (PDT) declarou que ele e sua sigla irão acionar o Supremo Tribunal Federal. Ciro destacou que gastos com chicletes e leite condensado, nos valores divulgados, são considerados Corrupção.
Para o governo, sorvete, geleia de mocotó e pão de queijo são alimentos essenciais
O levantamento chama a atenção por outros itens exagerados e que extrapola o conceito de alimentação normal, que incluem bolachas, sorvetes, massa de pastel, geleia de mocotó, picolé, pão de queijo e pizza, entre outros.
Alguns outros exemplos: R$ 16 milhões de batatas fritas, R$ 31 milhões de refrigerantes, R$ 6 milhões em frutos-do-mar; R$ 6 milhões em bacos defumados; 123 milhões em sobremesas diversas; R$ 13,4 milhões com barra de cereal, e R$ 15,8 milhões com óleo de oliva.
O Metrópoles fez o levantamento baseado no Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia.
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