Gabriel Jesus ainda acredita no Palmeiras no Brasileiro, mas torce pelo Flamengo contra o River Plate
Titular do técnico Tite para o confronto com a Argentina, na próxima sexta-feira (14h, horário de Brasília), em Riad, o atacante Gabriel Jesus não jogou a toalha pelo título brasileiro do Palmeiras, clube que o revelou e que está a 10 pontos do Flamengo, líder isolado do Campeonato Brasileiro. Apesar de reconhecer o futebol “muito bonito” do antigo rival carioca, ele diz que ainda tem esperança da virada alviverde.
Mas antes de encontrar os argentinos do outro lado do mundo, ele lembrou que a rivalidade regional se encerra quando o adversário do Flamengo é o River Plate, na final da Libertadores do próximo dia 23 de novembro, em Lima, no Peru. Jesus não titubeou e disse que vai torcer para o Flamengo.
A seleção brasileira treinou nesta tarde em Abu Dhabi e embarca logo mais para Riad. Na véspera, treina no estádio King Saud University, local da partida de sexta-feira contra a Argentina
Jesus é companheiro de Otamendi e Aguero no City e brinca com a rivalidade junto aos companheiros de clube — Foto: Pedro Martins / MowaPress
– Sou brasileiro, quero que o Flamengo ganhe. Óbvio que quero que o Flamengo ganhe. Tenho amigos lá. Além de ser brasileiro, tenho amigos lá – repetiu Gabriel Jesus.
Tentando se informar melhor durante a coletiva de imprensa sobre a situação do Palmeiras no Brasileiro, Jesus se informou dos 10 pontos de diferença com apenas seis rodadas para terminar o campeonato. Mas, ainda assim, lembrou do próprio estilo para dizer que acredita até o final.
– Como jogador não jogo nunca a toalha. São momentos muito diferentes, os de Palmeiras e Flamengo. Flamengo está vivendo momento único. Conseguiram a classificação para a Libertadores. Está muito difícil. Mas Palmeiras vem ganhando títulos, investindo bastante. Sempre vou respeitar outro time, mas queria que o Palmeiras conquistasse. O Flamengo vem jogando futebol muito bonito. Fazia tempo que não via time jogar assim. Óbvio que tem muitos craques e que o treinador veio para completar, mas acredito que está difícil mesmo – reconheceu o jogador do City.
O jovem Gabriel Jesus comemora o título de campeão brasileiro em 2016 nos ombros de Fernando Prass — Foto: Marcos Ribolli
Otamendi e Aguero? “Aqui é rivalidade”
Sobre o confronto com a seleção da Argentina, lembrou dos companheiros de time no City e disse que quer vencer mais uma vez. Aos 22 anos, Jesus jogou quatro vezes contra a Argentina, sob comando de Tite. Venceu três partidas e perdeu uma vez. O trio do City estava em campo no duelo da semifinal da Copa América (3 a 1 para o Brasil) e se reencontra na partida desta sexta na Arábia Saudita
– Sempre bom jogar clássico dessa grandeza. Brasil e Argentina é o maior clássico do futebol. Sempre jogo muito difícil, com craques da bola do outro lado também. Tomara que seja um bom espetáculo e tomara que a gente saia vitorioso. Falei com Otamendi, fiquei zoando ele. Disse que se ele trombasse eu ia devolver (risos). Quando estamos juntos no clube nadamos para o mesmo sentido. Agora defendo meu país, eles o país dele. Que eles façam o melhor dele lá, mas aqui é rivalidade – avisou Jesus.
Gabriel Jesus, abraçado a Pep Guardiola e Sergio Agüero: jogador atua há três anos com técnico espanhol e tem concorrente argentino — Foto: Simon Galloway/Getty Images
Confira outros trechos da coletiva de imprensa de Gabriel Jesus
Concorrência na Seleção
Um ano após a Copa surgiram muitos jogadores, como Rodrygo, Wesley, Vinicius, Arthur, um monte que se destacaram e são convocados. Tem mais dois anos para surgir mais nomes, sempre vai existir a dúvida em quem vai ser convocado. Muitos com possibilidades de aparecer, mas são só 23, fica difícil para o treinador, mas quem ganha é a gente.
“Vou trabalhar até me aposentar”
Sempre sonhei em jogar uma Copa. Mas sonho ganhar, conquistar. Infelizmente as coisas não aconteceram. Paciência. Vou trabalhar mais. Trabalhar de novo. Vou trabalhar até me aposentar, que está muito longe ainda. Para sempre para estar no meu mais alto nível.
Veterano na Seleção aos 22?
Cheguei na seleção e durante muito tempo ia no bobo (roda de bobinho no aquecimento de jogadores), hoje não vou mais (risos). Não me sinto tão novo hoje, mas óbvio que aprendo com os experientes. Quando cheguei me ajudaram, para jogar meu futebol como vinha fazendo. Mesmo se tratando de seleção brasileira tinha que jogar de boa. Se tiver que falar, vou falar isso. Dá para ver nos treinos que os que chegam, vêm livres, soltos, jogam futebol tranquilo. A recepção é muito boa. Do jogador, do estafe, isso faz com que o cara chegue e fique livre.
Quer jogar outra olimpíada?
Quando estava no Palmeiras e fui convocado para a olimpíada eu não defendia a principal e fui liberado pelo clube. Claro que quero estar sempre à disposição. Se for por mim, jogo as duas coisas (olimpíada e Copa América). Mas agora é outro momento. No City, o clube não é obrigado a liberar. Mas se me perguntarem vou fazer de tudo para jogar as olimpíadas.
Três anos com Guardiola
Ele tenta tirar o de melhor do atleta dentro de campo. Óbvio que gols para atacante é muito importante, é o que te mantém jogando, mas nosso time roda bastante. Hoje venho jogando futebol mais tranquilo, mais calmo, sabendo a hora certa de dosar, de acelerar. Tecnicamente evoluí bastante. Venho aprendendo bastante com ele depois de três anos. Ele gosta de trabalhar com os jovens, de ensinar aos jovens. Sou muito grato por ele ter me escolhido.
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