Flamengo perde liderança em jogo em que poderia ter sido mais eficiente, apesar de expulsões

Cenário que possibilitou a superioridade numérica aos donos da casa muito cedo. O Bahia aproveitou a marcação alta do Flamengo, que consequentemente deixa sua zaga mais exposta, e apostou na bola longa contra um zagueiro com menos velocidade do que Léo Pereira, que estava suspenso. Tiago passou à frente de Danilo, que, imprudentemente, subiu demais o pé e acertou o rosto do adversário, aos 12 minutos do primeiro tempo. O lance comprometeu a estratégia do Rubro-Negro, que precisou tirar Pedro e colocar Cleiton, seu quarto zagueiro.

A partir dali, o Flamengo teve que fazer um jogo de sobrevivência. A posse de bola mudou de lado, e o Bahia empurrou o time de Filipe Luís para a defesa. O técnico fez mudanças de posicionamento: puxou Samuel Lino para trás, formando uma linha de cinco na defesa, pediu para De la Cruz fechar o meio pela direita, atrasou Arrascaeta e adiantou Carrascal.

Com isso, conseguiu dar solidez defensiva ao Flamengo e procurar jogadas de escape na velocidade de Lino e Carrascal. Com o 0 a 0 ainda no placar, o time conseguiu duas boas chances construídas por Arrascaeta:

• 38min do 1º tempo: Arrascaeta lançou em profundidade para Carrascal. O meia invadiu a área, mas foi desarmado por David Duarte antes de finalizar. Jogadores do Flamengo pediram pênalti.
• 42min do 1º tempo: Arrascaeta deu bonito passe nas costas de David Duarte. Lino ficou frente a frente com Ronaldo e bateu forte, mas o goleiro se abriu e fez ótima defesa.

Expulsão de Danilo foi determinante para atuação do Flamengo contra o Bahia — Foto: Jhony Pinho/AGIF

No segundo tempo, Filipe Luís tentou equilibrar o jogo com as mudanças. Apostou em um time mais veloz com as entradas de Luiz Araújo, Plata e Bruno Henrique. Fez o que precisava ser feito, mas, com um jogador a menos e em desvantagem no placar, a realidade do Flamengo era difícil.

O treinador conseguiu manter o time marcando alto e aproveitou a habilidade de Rossi com os pés para superar a inferioridade na saída de bola. Os erros individuais, no entanto, expuseram o Flamengo. Cleiton, Carrascal (primeiro tempo), Jorginho e Luiz Araújo perderam passes no campo de defesa e geraram perigo para o Bahia. Ayrton Lucas também errou quase tudo em Salvador.

Flamengo tenta equilibrar expulsão com Rossi fazendo saída de bola — Foto: Reprodução

As falhas na saída dificultaram a transição do Flamengo, que pouco utilizou a velocidade dos seus jogadores. O Bahia, por sua vez, aproveitou a ansiedade rubro-negra e criou sua segunda melhor chance em erro de Cleiton. O zagueiro foi salvo pelo impedimento de Michel Araújo, que chegou a balançar as redes, mas foi flagrado em posição irregular pelo VAR, aos 19 minutos.

A mínima possibilidade de reação do Flamengo foi por água abaixo com a expulsão de Wallace Yan aos 32 do segundo tempo. O temperamento do garoto, que levou dois cartões amarelos em 10 minutos, preocupa. Ambos os lances seriam facilmente evitados. Um cartão foi por reclamação e outro por deixar o braço em Gilberto, adversário com quem ele já tinha discutido pouco antes da falta.

Mesmo prejudicado pela inferioridade numérica, o Flamengo ainda encontrou forças para tentar buscar o empate, o que quase conseguiu no fim da partida:

• 42min do 2º tempo: Luiz Araújo cobrou falta com veneno para a área do Bahia, Léo Ortiz saltou de carrinho e desviou para o gol, mas Ronaldo defendeu.
• Dadas as circunstâncias, o empate não seria um resultado injusto para o Flamengo, que poderia até ter superado a expulsão precoce, caso tivesse aproveitado as chances claras que criou. A pausa para a Data Fifa será importante para Filipe Luís puxar o time de volta para os trilhos. O Fla oscila em um momento crucial da temporada e precisa recuperar a força mental para perseguir o Palmeiras. No dia 18 de outubro, as equipes se enfrentarão em confronto direto pela liderança do Brasileiro.

GE