Ex-levantador Ricardinho tem contas bloqueadas após denúncia de desvios
A Justiça do Paraná determinou o bloqueio das contas bancárias e de quatro automóveis pertencentes ao ex-levantador Ricardinho por causa de uma denúncia de desvio de verbas públicas que deveriam ter sido utilizadas em eventos de vôlei.
O bloqueio também vale para a sogra do jogador, Carmen Panza, e para o clube do qual ele é presidente, o Maringá Vôlei.
De acordo com a investigação do Ministério Público local, a Prefeitura de Maringá repassou ao Maringá Vôlei (nome fantasia da empresa Vôlei Brasil Centro de Excelência) R$ 880 mil para a realização de dois eventos em 2014: uma etapa da Liga Mundial e a Copa Brasil.
Desse montante, porém, teriam sido justificados os gastos de apenas R$ 204 mil. Segundo a acusação, há provas de que R$ 255 mil foram parar em contas particulares de Ricardinho e Carmen.
O Ministério Público diz ainda que o advogado do clube, Rogério Rodrigues, sacou R$ 550 mil em espécie. O dinheiro da bilheteria, cerca de R$ 325 mil, também teria sumido.
“Nesse caso em especial, tudo ainda está nebuloso por causa da ausência prestação de contas dos envolvidos. Ainda que a gente tenha rastreado parte do dinheiro, outra parte não conseguimos por causa de saques em dinheiro, então é complicado”, comentou o promotor Leonardo Vilhena, em entrevista ao programa de televisão “Balanço Geral PR”.
Ele ressaltou que o bloqueio é provisório. “É claro que os envolvidos terão a chance de apresentar documentos e versões e dizer que estamos errados. De qualquer forma, as pessoas foram chamadas para prestar esclarecimentos durante as investigações, mas ou eles não foram prestados ou foram prestados de forma incompleta”, acrescentou.
Dono de uma trajetória vitoriosa na seleção brasileira, que inclui um ouro olímpico e dois títulos mundiais, Ricardinho anunciou sua aposentadoria das quadras em julho. Aos 43 anos, ele se tornou avô pela primeira vez no último mês de novembro.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa do Maringá Vôlei e de Ricardinho afirmou, por meio de nota, que o questionamento do Ministério Público não aborda atividades cotidianas desenvolvidas pela associação e por Ricardinho, mas sim dois eventos realizados em 2014: Copa Brasil e Liga Mundial.
“Esclarece ainda que o Maringá Vôlei não fez qualquer contratação com a Prefeitura de Maringá e sim com a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), única detentora dos direitos de promover jogos da Copa Brasil e Seleção Brasileira. É importante ressaltar que todos os serviços contratados foram realizados e que as devidas prestações de contas foram feitas para a CBV”, diz a nota.
Ainda segundo o clube, “em nenhum momento o Maringá Vôlei, Ricardo Bermudez Garcia e Maria do Carmo Panza receberam notificação judicial para prestar contas dos eventos. No entanto, eles declaram, nesta oportunidade, que estão à disposição da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos. Por fim, Ricardinho ressalta que tudo foi feito na mais absoluta lisura, como será apurado”.
Procurada, a CBV não se manifestou até a publicação desta reportagem. Com informações da Folhapress.
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