Estudantes de medicina da Unir protestam contra corte de bolsas e falta de hospital universitário
De acordo com a estudante Fernanda Ortigoza, porta-voz do grupo, os cortes afetam diretamente aos estudantes que estão em fase de estágio para a conclusão do curso. “Em função do cortes de bolsas do programa pró-internato, que foi criado numa parceria entre Ministério da Educação e Ministério da Saúde para fornecer bolsas aos preceptores que nos recebem nos hospitais nos dois últimos anos de curso. Sem essas bolsas nós não temos profissionais para nos receber. Ou seja, o curso para. Se para o internato, para o restante das turmas todas. O curso de medicina da universidade federal está sujeito a findar”, afirma a estudante.
Neste ano, o curso de medicina da Unir completa 15 anos e ainda não possui o Hospital Universitário (HU). A bolsa pró-internato é destinada à 16 instituições federais no país que não possuem o HU, entre elas Rondônia. “Não temos HU, dependemos da rede SUS. E sem isso, sem a prática não é possível concluir o curso de medicina, sem os professores menos ainda, porque só podemos estar dentro dos hospitais com os professores”, ressalta Fernanda.
De acordo com a Universidade Federal de Rondônia (Unir), a instituição está buscando o diálogo com os ministérios e também já pediu ajuda de deputados federais para intermediar a volta do repasse orçamentário. “Os alunos estão certos. Inclusive está aberta a matrícula para os alunos iniciarem os estágios. É uma disciplina obrigatória, e sem cursar ele não conclui o curso. Então, isso afeta as universidades que não possuem HUs, porque o preceptor é um médico que está a serviço do hospital. Ele não é professor da Unir. Ele recebe o aluno e o acompanha durante toda a preceptoria. Esse processo faz parte do currículo”, explica Adilson Siqueira, chefe de gabinete da Unir.
Sobre o Hospital Universitário, Siqueira explica que o terreno na Estrada de Santo Antônio não foi aprovado por não atender às normas internacionais exigidas para a construção. “O HU tem que obedecer normas e hoje estamos a procura de um espaço adequado, para atender a quantidade de leitos exigidas pelas normas internacionais, que são de 300 leitos. Outro fator agravante que temos é não garantia de recurso para a construção. Até agora temos somente o orçamento para elaborar o projeto básico, que só pode ser feito após encontrar o terreno para fazer obra”, afirma ressaltando que houve um corte de 60% no orçamento para investimento das universidades federais. “Antes tínhamos R$ 6 milhões para elaborar o projeto, com esse contigenciamento do governo, agora só temos R$ 2,4 milhões, ou seja, apenas 40%”.
O chefe de gabinete garante ainda que está em conversas, já há algum tempo com governo e município para tentar conseguir o espaço. Na tarde desta segunda-feira, haverá uma reunião com o deputado Nilton Capixaba sobre a questão do corte de bolsas.
Fonte: rondoniagora