Escavadeira centenária é retirada das margens do Rio Madeira
Foi retirada das margens do Rio Madeira a escavadeira centenária da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), em Porto Velho. Ela foi descoberta na década de 1960. Ao menos 20 militares do 5º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro (BEC) participaram da remoção.
Os trabalhos terminaram no último domingo (9) após quatro dias de operação. A peça será restaurada e será inclusa no acervo histórico da cidade.
A escavadeira estava em situação de abandono e com risco de desmoronamento. Trazida em fevereiro de 1908 à Madeira Mamoré, a “New Bucyrus”, como a escavadeira é conhecida, pesava cerca de 50 toneladas na época. Ela foi usada na construção do canal do Panamá e fez parte das obras da ferrovia até Guajará Mirim (RO).
O processo de deslocamento da peça só foi possibilitado graças a uma ação civil pública interposta pelo ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE). O objetivo foi cobrar a retirada e a proteção da máquina.
Em setembro de 2017, o local em que escavadeira estava foi interditado pela Defesa Civil por conta do risco de desmoronamento. Um prazo chegou a ser estabelecido para que o município fizesse a retirada do maquinário, sob a pena de multa.
A necessidade de um estudo técnico para arquitetar um plano de trabalho acabou tornando mais extenso o processo de remoção da peça. Para as equipes responsáveis pelos trabalhos, as maiores dificuldades destacadas foram as chuvas, a dificuldade para chegar ao local e a impossibilidade do tráfego de viaturas.
O capitão do 5ª Batalhão Pedro Moreira destacou que a escavadeiras com material sobre esteiras possibilitaram os trabalhos de retirada.
“Fora o trabalho de maquinário. A gente teve também o trabalho braçal, tendo em vista que o material estava soterrado. Então precisou retirar os pontos de terra que estavam bastante compactados debaixo do equipamento. E também a vegetação”, detalhou.
O presidente da Fundação Cultural de Porto Velho (Funcultural), Ocampo Fernandes, disse que a conclusão dos trabalhos de retirada é resultado do empenho de instituições, que possibilitaram a inclusão da peça. Ela será restaurada para ser incluída no acervo histórico da cidade.
“Temos demandas judiciais a partir de 2011 para retirar esse equipamento desse espaço. Já ouve várias gestões que não conseguiram e, graças ao empenho de várias instituições, foi dado esse presente à população. Então, é de grande valia ter esse equipamento à população que vai visitar futuramente esse complexo”, finalizou Ocampo.
Fonte:G1