Entenda por que Palmeiras desistiu de Rony em 2018 e aceitou risco neste ano
A não ser pelo desfalque esportivo – considerado importante, é verdade –, a punição da Fifa a Rony não trará qualquer outro prejuízo ao Palmeiras. Além do próprio atacante, suspenso por quatro meses, apenas o Athletico foi punido na ação vencida pelo Albirex Niigata, do Japão.
Pela decisão da Câmara de Resoluções de Litígio da entidade, o Athletico ficará impedido de registrar novos jogadores nas próximas duas janelas de transferências (julho de 2020 e janeiro de 2021).
Tanto o clube paranaense quanto Rony podem entrar com recurso no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) em até 21 dias.
Rony, atacante do Palmeiras, durante treinamento na Academia de Futebol — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Foi o receio de uma punição como a aplicada ao Athletico que levou o Palmeiras a desistir de Rony dois anos atrás. Na metade de 2018, entre a saída do Japão e a transferência para Curitiba, o jogador chegou a fazer exames médicos e conhecer a Academia de Futebol.
– Nosso departamento jurídico achou muito perigoso por causa da situação no Japão e vetou a contratação – disse Alexandre Mattos (ex-diretor de futebol do Palmeiras e atualmente no Atlético-MG) à Fox Sports, em abril deste ano.
O que mudou neste ano?
Por que, então, os advogados não fizeram a mesma recomendação nesta temporada, quando o Palmeiras decidiu contratá-lo do Athletico? Porque o clube já não seria mais parte direta na iniciativa de Rony de quebrar o contrato com o Albirex Niigata.
Como se tratava de uma negociação subsequente, diretamente com o Athletico, o Palmeiras não corria risco de ser envolvido na ação do clube japonês contra o clube paranaense e o jogador.
O único risco, calculado, seria o de perder o atacante dentro de campo por um período. Uma perda que, dentro de um contrato de cinco anos, compensaria o risco, na avaliação do departamento de futebol.
Entenda o caso
Em 2017, o Albirex Niigata entrou em acordo com o Cruzeiro para contratar Rony por três anos (até o final de 2019). O clube japonês informou, porém, que não poderia exercer a compra em definitivo na ocasião por restrições de regulamento.
Ficou definido, então, que ele seria inicialmente emprestado por um ano e que, depois disso, passaria a valer o vínculo integral. Mas, ao final desse período, o atacante alegou não existir esse pré-acordo para o segundo contrato e retornou ao Brasil em 2018.
O caso foi levado à Fifa, o que todos os clubes interessados em Rony nas últimas janelas sempre souberam. Ele chegou a treinar no Botafogo – que à época tinha Anderson Barros, atual diretor de futebol do Palmeiras –, mas o negócio melou.
Depois de fechar com o Athletico e ser campeão da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana de 2019, Rony foi vendido nesta temporada ao Palmeiras. Seu contrato é válido até o final de 2024.
Ge