Em meio à crise, Inter precisa de mais R$ 90 milhões em vendas para cumprir projeção
Apesar de todas as medidas tomadas e o corte de gastos, o Inter ainda se vê em um cenário complicado a partir da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A diretoria encara um contexto com receitas escassas para manter tudo em dia. E o futuro financeiro passa pelas vendas de jogadores, com projeção de arrecadação de R$ 95 milhões em 2020.
Conforme o balanço do primeiro trimestre do clube, até o momento o Inter recebeu R$ 1,5 milhão em negociações de atletas. Faltam, portanto, mais de R$ 90 milhões em um contexto com queda de mercado. Antes da parada no futebol, havia o discurso de esperar o desenrolar de 2020 e segurar vendas para o próximo ano.
Bruno Fuchs é um dos nomes mais valorizados do Inter — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação Inter
De acordo com o diretor financeiro Giovane Zanardo, o Inter se mantém em dia com todos os seus parceiros após as repactuações postas em prática pela direção. Mas o executivo também deixa clara a necessidade de entrada de dinheiro por meio de alguma venda.
— Tínhamos previsto R$ 95 milhões em venda de atletas. É sabido que o Inter tem usado a receita de negociações nos últimos anos. Tem sido uma política do clube inclusive para fazer o enfrentamento da crise. É receita importante, o clube precisa disso, mas saber se vai acontecer, ainda é cedo — destaca Zanardo em entrevista ao GloboEsporte.com.
“Não sabemos como vai estar o mercado. É o que todo mundo se pergunta. Estamos a dois ou três meses da antiga janela. Vamos ver o que vamos ter de negócio nestes próximos meses” (Giovane Zanardo, diretor financeiro do Inter)
No atual elenco, o zagueiro Bruno Fuchs surge como nome mais valorizado aos olhos dos europeus. O defensor esteve com a seleção sub-23 no Pré-Olímpico, no início do ano, e já foi alvo de Monaco, da França, e Manchester City, da Inglaterra.
Outros nomes como Patrick e Edenílson também costumam atiçar alguns mercados: clubes da Turquia, México e Arábia Saudita já fizeram propostas pelos meio-campistas.
Giovane Zanardo apresenta balanço financeiro em 2019 — Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com
Apesar das dificuldades previstas no caixa, o Inter entende que o segundo semestre tende a ser mais rentável que o primeiro. Porém, o momento é de incerteza total. No primeiro trimestre desta temporada, o Colorado registrou R$ 34 milhões de déficit, o que pode se acentuar por conta do período sem jogos.
— No ano passado, o Inter chegou na final da Copa do Brasil, foi um prêmio bastante importante, e isso é recebido no segundo semestre. Obviamente, tende a ser um semestre melhor que o primeiro. Isso em um cenário pré-crise. Pós-crise, aí não sabemos — acrescenta Zanardo.
O Inter mantém uma rotina de treinos no CT do Parque Gigante, mas ainda sem jogos no horizonte. Existe um encaminhamento para retomada do Gauchão entre a metade de julho e o início de agosto, a ser confirmado pela Federação Gaúcha de Futebol.
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