Doença: Adolescente desmaia quando dá gargalhadas
Jordan Coomer, uma adolescente norte-americana de 15 anos, corre o risco de cair no chão por cerca de meio minuto sempre que ela ri. Seu corpo fica paralisado, mas seu cérebro ainda está consciente. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Ela tem cataplexia, uma condição que faz seus músculos paralisarem de repente. Trata-se de uma complicação da narcolepsia, um distúrbio cerebral que faz uma pessoa adormecer aleatoriamente várias vezes ao dia.
Os médicos registraram Jordan tendo cochilos de 20 minutos a cada duas horas, o que pode acontecer durante as aulas ou quando ela está comendo. Apesar disso, ela pode viver sua vida sem outras complicações.
A narcolepsia pode ser causada por uma infecção viral. Jordan se lembra de ter ficado com a garganta infeccionada por uma semana em fevereiro de 2016, um ano antes de seu diagnóstico.
“Conviver com a doença tem sido difícil. No começo, fiquei muito chateada e simplesmente não conseguia ser eu mesma. Com o tempo, comecei a me adaptar e aceitar”, conta Jordan.
Os problemas da adolescente começaram no verão de 2016, quando ela começou a dormir mais frequentemente do que o normal.
“Atribuímos isso à puberdade, mas continuou piorando. Ela estava dormindo na aula, quando estávamos conversando e quando ela estava fazendo a lição de casa”, relembra Victoria Coomer, mãe de Jordan.
“A qualquer momento que estivesse quieta, adormecia. Seu rosto ficava caído e a mandíbula ficava frouxa, além disso, ela estava tendo alucinações e pesadelos”, descreve.
Pessoas com narcolepsia têm sonolência diurna excessiva e incontrolável, porque não conseguem controlar seus ciclos de vigília.
Não se sabe qual a causa exata da narcolepsia
A condição afeta cerca de 22.500 britânicos e uma em cada 2.000 pessoas nos Estados Unidos.
A causa exata da narcolepsia não é clara. O NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido) diz que infecções, como a gripe suína, alterações hormonais ocorridas na puberdade, e maior estresse, estão ligados ao surgimento da doença.
“Ela dormia desde o momento em que chegava em casa da escola até a hora de dormir e depois voltava a dormir se eu deixasse”, conta Victoria.
Jordan foi levada a diferentes médicos e passou por vários exames, mas ninguém conseguia descobrir o que estava errado.
Até que em janeiro de 2017, passou por uma consulta com um especialista em sono pediátrico, que recomendou usar um dispositivo semelhante a um relógio para monitorar seus padrões de sono.
Ela usou o relógio 24 horas por dia durante um mês. Três meses depois, visitou os médicos novamente.
Os médicos ficaram chocados com os resultados e decidiram fazer um estudo do sono, com Jordan ligada a fios que monitoravam seus padrões de sono durante a noite.
Depois, ela foi monitorada durante o dia: estava tendo cochilos de 20 minutos a cada duas horas.
Três dias depois, a família recebeu um telefonema do médico que lhes disse que Jordan tinha narcolepsia, um distúrbio neurológico de longo prazo que envolve uma menor capacidade de regular os ciclos do sono e vigília.
“Se passaram quase dez meses desde o início dos sintomas até o diagnóstico do que havia de errado com ela. Ficamos aliviados e assustados ao descobrir”, diz Victoria.
O diagnóstico de cataplexia
Em junho de 2017, Jordan e sua família estavam rindo de algo quando, de repente, ela caiu no chão e ficou deitada por 20 a 30 segundos antes de cair em lágrimas.
Ela teve outras ocorrências semelhantes quando ria e seus músculos ficavam fracos.
Os médicos então diagnosticaram a cataplexia, uma condição médica na qual emoções fortes ou risos fazem com que uma pessoa sofra um colapso físico repentino, embora permaneça consciente.
“Ele nos disse que ela teve narcolepsia com cataplexia, condições que não têm cura e iriam afetá-la pelo resto da vida”, lembra a mãe da menina.
Ataques graves podem causar um colapso total
Os ataques de cataplexia variam com episódios leves, que geram queda de músculos faciais ou pálpebras, fala arrastada e visão dupla. Ataques mais graves podem envolver um colapso total do corpo.
Eles podem durar geralmente durar segundos ou minutos, embora algumas pessoas tenham repetidos ataques de cataplexia que duram por até 30 minutos.
Durante os ataques, a pessoa permanece totalmente consciente, mas muitas vezes se sente “trancada” dentro de seu corpo.
Jordan agora usa medicamentos que reduziram os períodos nos quais ela dorme.
“É um processo de tentativa e erro para obter a dosagem correta que funciona melhor. Ela também precisa cochilar quando puder, mesmo que seja por cinco ou dez minutos”, conta a mãe.
“Se ela está fazendo um teste, às vezes adormece, mas agora seus professores e amigos tocam seu ombro e ela acorda. Ela é uma excelente aluna”, completa.
Ainda não está claro se Jordan será capaz de dirigir, mas ela disse que até agora não deixou sua condição afetar sua vida.
“Ainda há tantas coisas que eu nem consigo explicar ou entender, mas uma das coisas mais importantes para mim é não deixar que a doença controle minha vida e o que faço”, destaca Jordan.
“Pratico esportes, ando a cavalo, sou uma aluna de primeira classe, saio com amigos e vivo como quero. Não tenho vergonha da minha doença e nunca terei. Faz parte de mim e é quem eu sou”, declara.
Fonte:R7