“Deveria ter tirado mais cedo”: Abel explica por que Rony e Artur viraram reservas no Palmeiras
Rony e Artur eram parte importante do time do Palmeiras antes de a má fase chegar. Os dois, agora, viraram reservas nesta sequência de três vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, e o técnico Abel Ferreira explicou os motivos para tomar a decisão.
No caso de Rony, um dos principais jogadores em toda a passagem do português pelo Verdão, o técnico disse que deveria até tê-lo tirado antes da equipe, como forma de preservá-lo no momento ruim. Ainda que seja o vice-artilheiro do ano com 13 gols, o camisa 10 não marca há 12 jogos.
– Há momentos em que estamos mais sensíveis. Rony estava mais sensível, porque é um jogador que se cobra muito. Rony teve proposta para sair, ganhar não sei quantas vezes mais. Deu muito rendimento e gols para a gente, é um dos maiores artilheiros nossos na Libertadores. Não tem nada a ver com comportamento, porque isso se resolveu. Brinco com isso, disse se era possível marcar um jantar – declarou.
– Nossos momentos de mútua ajuda são muito maiores do que alguma cobrança, que foi o que aconteceu. Eu tenho meu direito de cobrar do outro também. Mas não foi por isso que ele saiu. Saiu porque não estava dando o rendimento que era preciso. Isso acontece com os jogadores. Podemos resguardar o jogador assim, porque ele já fez muito, mostrou do que é capaz – completou.
Contratado para ser um velocista, Rony virou centroavante com Abel Ferreira para atacar as defesas adversárias em profundidade. Agora, o Palmeiras tem jogado com um modelo de jogo com trocas de passes mais próximos, o que não casa com as características do camisa 10.
– Tenho que entender que é um excelente jogador, tem características próprias. É um jogador de profundidade, ele tem que entender que há momentos de que não é ponto forte se aproximar, buscar. Pontos fortes dele são outros. Pelo que nos deu, se calhar deveria ter tirado mais cedo sem problema nenhum e resguardá-lo mais cedo e tentar puxar por ele para voltar a nos ajudar, como é agora. Faz parte. Queremos ganhar sempre, ganhar os títulos todos, mas não é possível. Temos que trabalhar e sempre dar o melhor de nós.
Já Artur, principal reforço do Palmeiras no ano, começou muito bem e chegou a dez gols neste retorno ao clube. Mas a partir da lesão de Dudu, Abel tentou fazê-lo sair do lado direito e passar a jogar na esquerda, e desde então seu desempenho caiu muito.
– No futebol, queremos sempre estar na melhor forma, queremos sempre a perfeição e buscar o melhor de nós. Mas há fases. Ele chegou muito bem, melhor do que esperava, chegou a voar. Mas depois é normal, ao longo do tempo, o time também não ajudou, outra vez não foi tão bem. Os jogadores têm o seu momento, e devem ser capazes de ler o momento – avaliou o técnico.
– É fundamental que mantenham a autoestima, porque confiança sobe e desce. A autoestima não podemos perder. Não só jogadores, mas na vida. A confiança oscila, claro, vínhamos de quatro derrotas. Meus jogadores sabem que são bons. Tem entrado muito bem, em uma posição que também fez no Bragantino. As pessoas não gostam que mexam nos jogadores, mas não vou mudar agora, os resultados não foram tão ruins assim nos últimos três anos. Os acertos foram maiores. Ele está aí para nos ajudar.
Enquanto trabalha para recuperar os dois jogadores, Abel tem dado sequência a Breno Lopes e Endrick no ataque. Com a mudança de esquema, ele também mexeu no posicionamento de Raphael Veiga, que agora é uma espécie de falso 9, entre os dois jogadores de frente.