Cuca está pronto para voltar e pode ser o técnico mais inquieto do país
Cuca disse em entrevista à ESPN que está pronto para voltar. Depois de sair do São Paulo, em setembro de 2019, voltou a Curitiba para convier com a família, recuperar-se fisicamente e curtir sua neta, Eloá. Cuca reapareceu de cara boa. Não atende a muitos telefonemas, mas já deu entrevistas recentes a jornalistas da Itália, também. “Cuca é muito gentil”, diz o jornalista Mirko Di Natale, que o entrevistou neste mês para o site TuttoJuve, sobre Gabriel Jesus, sondado pela Juventus.
Cuca Botafogo x Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras
Ter Cuca de volta ao mercado é boa notícia, especialmente dois dias depois de se ouvir de José Mourinho, em resposta a Edmundo, dizer que os bons treinadores não têm nacionalidade, passaporte ou idade. “Não acho que há treinadores velhos ou novos. Não há treinadores jovens nem velhos, há treinadores bons e há treinadores maus”, disse Mourinho. Afirmou também que não julga os portugueses os melhores do planeta, neste momento.
Há bons técnicos fora do mercado e Cuca não é o único. Mano Menezes é um exemplo. Dorival Júnior ficou fora por bom tempo e agora está no Athletico.. O que não significa que não se possa olhar para o mercado global. Ivo Vieira, do Vitória do Guimarães, é uma aposta em Portugal. Sebastian Beccacece, do Racing, é outra opção na Argentina.
Cuca está entre os bons treinadores e seu retorno fará bem ao futebol. Sua inquietude apareceu com sistemas táticos diferentes nos últimos dezessete anos de futebol brasileiro. Do Goiás que saiu da lanterna do Campeonato Brasileiro de 2003 e chegou ao nono lugar, vice-campeão do returno, num 4-3-3. O São Paulo, semifinalista da Libertadores de 2004, num 4-4-2. O Botafogo de 2007, espetacular, num 3-4-3 que tinha um losango de meio-de-campo, com Joílson vestindo a camisa 2 e atuando como meia, com Luciano Almeida do lado oposto fazendo papel de terceiro zagueiro.
Ou como o Atlético da Libertadores no 4-2-3-1 ou como o Palmeiras, campeão brasileiro num 4-3-3, com Roger Guedes, Gabriel Jesus e Dudu na frente. Didier Deschamps, treinador campeão do mundo pela França, disse ao jornal L’Equipe, na edição de sábado (18) que não existe copiar e colar no futebol. Cuca mostra isto em toda a sua carreira. Se Moisés tem força para colocar a bola na grande área, o lateral pode ser cobrado direto.
Se não tem lateral direito, Joílson veste a camisa 2 e joga como organizador. Se não tem dinheiro para contratações pesadas, criatividade para descobrir jogadores como Roger Guedes e Tchê Tchê, para afirmar inteligentes taticamente como Jorge Henrique, seu dublê de ponta e ala no Botafogo de 2007. Quando retornar, Cuca não será mais do mesmo.
Ge