Cobertor curto: Flamengo projeta normalizar salários em agosto, mas estica prazo para premiações
A calculadora segue na mão, e mesmo o clube com maior receita do Brasil segue fazendo contas em tempos de pandemia.
O Flamengo, que encerrou os cortes salariais do elenco profissional na folha de julho – que será paga em 5 de agosto – se programa para normalizar também a situação dos funcionários no depósito de 5 de setembro. Uma pendência, porém, não tem data para ser sanada: a premiação pelos títulos conquistados na temporada.
Flamengo foi campeão Carioca há dez dias. Foi o último troféu em disputa no ano — Foto: André Durão/GloboEsporte.com
Flamengo encerra corte de salários de jogadores; funcionários seguem com 25% de desconto na folha de julho
Campeão da Supercopa do Brasil, da Recopa Sul-Americana e do Campeonato Carioca (além de ter erguido a Taça Guanabara no primeiro turno do estadual), o clube não nega que deve, mas pagará quando puder a recompensa pelas conquistas. O plano da diretoria é que o problema seja solucionado ainda em 2020. Desta vez, porém, sem promessas de data específica.
Valores que o clube recebeu por títulos em 2020
- Recopa – US$ 2 milhões (R$ 8.6 milhões na cotação da época)
- Carioca – R$ 2 milhões
- Taça Guanabara – R$ 500 mil
- Supercopa do Brasil – R$ 5 milhões
- Total – R$ 16.1 milhões
O episódio do Mundial de Clubes segue vivo na memória de todos do departamento de futebol e levantou um debate ainda sem posicionamento oficial internamente. Na ocasião, a diretoria adiou o pagamento da premiação pelos títulos do Brasileirão e da Libertadores, gerando desconforto momentos antes da final contra o Liverpool.
Flamengo ergue a taça da Recopa Sul-Americana — Foto: André Durão
O imbróglio resultou no corte de cerca de dois terços do previsto inicialmente para boa parte dos funcionários, apesar de dirigentes e jogadores não terem sido afetados no pagamento realizado na última semana de 2019. A justificativa na época foi de que os critérios adotados no trato com o elenco não condiziam com os moldes do “mundo corporativo”.
O episódio levantou um amplo debate a respeito de quem teria direito ao bônus e qual o percentual a ser pago. Definições que ainda não chegaram ao conhecimento de todos no dia a dia do Ninho do Urubu.
Flamengo é campeão da Supercopa — Foto: Alexandre Vidal / CRF
Nesta semana, com a volta aos treinamentos após mais um título, o tema voltou a fazer parte das conversas informais no CT. Nada, no entanto, que tire o sono da diretoria, que extraoficialmente admite a pendência, mas encara a realidade com naturalidade diante do cenário de pandemia.
Pelos quatro troféus levantados em 2020, o Flamengo recebeu mais de R$ 16 milhões em premiações de Conmebol, CBF e Ferj. O montante, por sua vez, foi direcionado para tapar buracos deixados pela ausência de receita de bilheteria e saída de patrocinadores.
No cobertor curto que aquece como é possível o caixa rubro-negro, a preocupação de momento está em voltar a pagar os salários dos funcionários de maneira integral. A premiação ficou para depois. Espera-se que ainda em 2020.
Ge