Cauã Reymond brilha, mas ainda falta um vilão em sua carreira na TV
No ar em dose dupla na minissérie “Dois Irmãos”, Cauã Reymond mostra seu potencial como ator, mas ainda não tem um vilão em sua trajetória na TV
Cauã Reymond conseguiu em menos de uma década entrar para o primeiro time de atores da Globo, mas ainda falta uma prova de fogo em sua trajetória na televisão como prova incontestável de sua versatilidade. Do Maumau de “Malhação” (2002) aos gêmeos Yaqub e Omar na minissérie “Dois Irmãos”, que estreou esta semana, ele já interpretou galãs, gigolô, cangaceiro, lutador e até usuário de drogas, mas ainda não tem um vilão na carreira.
Para alguns, ver Cauã Reymond sempre na pele de bom moço – como em suas novelas mais recentes, “Avenida Brasil” e “A Regra do Jogo” – coloca em xeque sua desenvoltura como ator. É como se tivesse encontrado nesse tipo de papel um porto seguro, uma zona de conforto que não o desafia tanto. “Dois Irmãos” está aí para ele provar que pode mais.
Embora os gêmeos não sejam exatamente vilões, têm explosões de ódio que podem fazê-lo mostrar melhor seu potencial. Outro fator que pode ajudá-lo é que, pela primeira vez na carreira, Cauã foi dirigido por Luiz Fernando Carvalho, diretor mestre em extrair sempre o melhor dos atores, além de ter revelado talentos que até então nunca tinham atuado – caso de Carolina Oliveira em “Hoje É Dia de Maria” (2005), Érika Januza na série “Subúrbia” (2012) e Lucy Alves em “Velho Chico”, no ano passado.
Prova de fogo
Mariana Ximenes é um exemplo de atriz que se reinventou diante do público após interpretar sua primeira vilã. Revelada em 1998 na novela “Fascinação”, no SBT, ela passou mais de uma década na Globo interpretando mocinhas quase insossas ou filhas levemente revoltadas, até que, na pele de Clara em “Passione”, surpreendeu e arrancou elogios dos telespectadores e da crítica.
Alguns atores, por outro lado, não seguraram os vilões que receberam e perderam espaço em tramas. Foi o caso, por exemplo, de Malvino Salvador e Carol Castro na novela “O Profeta”. Camilo e Ruth não convenceram e tiveram seu espaço reduzido na história, fazendo com que as autoras Duca Rachid e Thelma Guedes transferissem a vilania para Clóvis (Dalton Vigh).
O talento de Cauã Reymond não é questionado – no cinema, ele já foi vilão nos filmes “Alemão” e “Se Nada Mais Der Certo”. Mas qualquer possível dúvida sobre sua versatilidade na TV se dissipará de vez quando ganhar um bom vilão para interpretar, seja ao longo de uma novela ou série.
Fonte: IG