Brasil espera que militares venezuelanos apoiem ‘transição democrática’, diz Ernesto Araújo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta terça-feira (30) que o Brasil espera que militares venezuelanos apoiem a “transição democrática” no país vizinho.
Araújo deu a declaração ao ser questionado sobre a movimentação do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, que declarou nesta terça contar com apoio de militares do país para destituir o presidente Nicolás Maduro.
Desde o início da manhã, a situação é tensa na Venezuela. Em Caracas, capital do país, apoiadores de Guaidó foram às ruas, atendendo a chamado dele para pôr fim à ‘usurpação’.
Araújo disse que o Brasil ainda está reunindo informações sobre o que está ocorrendo no país vizinho nesta terça.
“O Brasil apoia o processo de transição democrática e espera que os militares venezuelanos sejam parte desse processo de transição democrática”, afirmou o ministro.
O ministro disse que entende ser positivo haver a possibilidade de militares estarem apoiando Guaidó. Ele ressaltou que o Brasil ainda aguarda informações sobre o tamanho da adesão.
“Nos parece que é positivo que haja um movimento de militares que reconhecem a constitucionalidade do presidente Juan Guaidó. Cumprem seu dever constitucional de lealdade ao presidente legítimo. Precisamos ver a dimensão disso”, disse Araújo.
De acordo com o ministro, “a cada minuto” surgem elementos diferentes sobre os atos desta terça na Venezuela.
“Temos notícia de que as coisas estão acontecendo na Venezuela, uma movimentação evidente, mas é necessário analisar. Estamos tentando reunir as informações, ver a dimensão realmente do que está ocorrendo. A cada minuto surgem diferentes elementos, e que precisamos avaliar”, concluiu Araújo.
Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro fará uma audiência de emergência para discutir a situação da Venezuela com o vice-presidente Hamilton Mourão e os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além de Araújo.
O que aconteceu até agora
- Presidente autoproclamado Juan Guaidó convoca população às ruas e diz ter apoio de militares;
- Presidente Nicolás Maduro compartilha mensagem do presidente boliviano, Evo Morales, que fala em “tentativa de golpe de estado”;
- Ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, afirma que as forças armadas seguirão firmes “na defesa da Constituição nacional”;
- Líder da oposição Leopoldo Lopez, preso em regime domiciliar, vai às ruas ao lado de Guaidó e também chama manifestantes para ato de apoio;
- Diosdado Cabello, que comanda a Assembleia Constituinte pró-Maduro, convoca apoiadores do governo a se dirigirem para o palácio presidencial de Miraflores;
- Policiais disparam bombas de gás contra manifestantes na capital, Caracas. Segundo TV estatal, eles tentam dispersar “golpistas”;
- Ministro brasileiro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirma que o Brasil espera que militares venezuelanos apoiem a “transição democrática” no país vizinho;
- Secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo, diz que governo norte-americano “apoia plenamente o povo venezuelano em sua busca por liberdade e democracia”.
G1