Bolsonaro critica e denuncia “jogo comercial” favorável à Europa
O presidente , Jair Bolsonaro, criticou hoje fortemente o desfecho da cimeira do clima (COP25), em Madrid, denunciando a partir de Brasília o “jogo comercial” que envolveu os países ricos, nomeadamente europeus.”Eu não sei como as pessoas não entendem que se trata apenas de um jogo comercial”, afirmou o chefe de Estado num encontro com a imprensa à saída da sua residência oficial, no Palácio da Alvorada.
E acrescentou: “Eu gostaria de saber se existe uma resolução para a Europa ser reflorestada ou se vão continuar a perturbar apenas o Brasil?”.
O Brasil deveria ter acolhido a COP25, mas desistiu logo após a eleição de Jair Bolsonaro que, questionado sobre esta decisão respondeu: “Fui eu que decidi. Eles teriam feito o seu carnaval no Brasil”.
Também o ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, afirmou hoje que conferência do clima — COP25 “deu em nada”, nomeadamente no que diz respeito à regulamentação global dos créditos de carbono.
“Os países ricos não querem abrir os seus mercados de crédito de carbono. Exigem ação e apontam o dedo ao resto do mundo, sem cerimônias, mas quando se trata de meter as mãos nos bolsos, não o fazem. Protecionismo e hipocrisia estiveram de mãos dadas todo o tempo”, escreveu Ricardo Sales na sua conta na rede social Twitter, ainda em Madrid.
Num vídeo publicado nessa rede social no final do evento, Ricardo Sales garantiu que, apesar de todos os esforços do Brasil, “prevaleceu a visão protecionista” dos países ricos e insistiu que o gigante sul-americano vai “manter-se firme no seu trabalho de atrair recursos” para os brasileiros.
A falta de um acordo sobre a regulamentação proposta foi um dos principais estrangulamentos da cimeira, um tema sobre o qual não se atingiu consenso e que foi adiada para 2020.
O papel do Brasil na COP25 centrou-se em pedir recursos de nações ricas para a preservação da potência sul-americana, mas nos últimos dias do evento o país refutou artigos relacionados com a participação dos oceanos e o uso da terra na mudança climática, o que esteve perto de bloquear o acordo principal da conferência.
A cimeira do clima terminou hoje com a produção de um documento para aumentar a ambição climática em 2020 e cumprir o Acordo de Paris que obriga os países a evitar que a temperatura média do planeta suba este século mais do que 1,5 graus.
O acordo, intitulado “Chile-Madrid, Hora de Agir”, foi alcançado quase dois dias após a data prevista para o encerramento da conferência.
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