PORTO VELHO – No começo da tarde desta sexta-feira (12), o escritor, palestrante, instrutor de armamento e Tiro, Benê Barbosa, com 337 mil seguidores no Instagram, divulgou um vídeo onde critica a ineficiência do governo Bolsonaro por ter falhado em facilitar o acesso do cidadão comum ao porte de armas.
O desabafo veio após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que votou pela inconstitucionalidade de decretos do presidente Jair Bolsonaro.
Os ministros começaram a julgar nesta sexta, uma ação apresentada pelo PSB que questiona os decretos de Bolsonaro. O partido argumenta que os atos do presidente confrontam dispositivos do Estatuto do Desarmamento, lei aprovada em 2003. Os ministros podem apresentar os votos até o dia 19.
“Sabe por quê a gente vai continuar perdendo? Porque ‘nós’ continuamos acreditando que a política e que determinadas pessoas vai (sic) resolver os problemas. Essa questão das armas de fogo mostra exatamente isso. Achavam que bastaria o Congresso, com grande parte conservadora, com uma bancada da bala que dobrou de tamanho… Olha a invertida que tomamos no STF!”, falou Benê Barbosa.
O escritor ainda comentou como as instituições que são contra o armamento agem nos bastidores. “O voto do ministro Fachin não foi técnico. Foi um voto de opinião. Pra ele, mais armas significa mais violência. Esse voto foi embasado em estudos, pesquisas, uma quantidade gigantesca de material produzido por ONGs [Organizações Não-Governamentais], como o Instituto Igarapé, que estava lá participando, dessa Ação Direta de Inconstitucionalidade [ADIN]”, disse no vídeo.
Para Benê, é necessário que quem é à favor das armas entre em ação mais do que emitem opiniões na internet. “Você não vê esse pessoal em redes sociais. Estão sempre produzindo. Você não vê esse pessoal se metendo com política. Não é isso que muda! Nós estamos aí, com dois anos de governo, que tinha e ainda tem várias ferramentas para produzir estudos, produzir pesquisas, que embasem as modificações legislativas necessárias e não o contrário. Mas acham que é só ir lá, mudar e pronto. É assim e todo mundo vai aceitar. Não temos nenhum instituto pró-armas, digamos assim, ou pró-legítima defesa. Quem quiser que faça! Não há apoio, não há dinheiro para isso”.
O palestrante também apontou que os movimentos contra o desarmamento investem pesado em pesquisas, enquanto quem é à favor do acesso à armas fica perdendo tempo. “Muitos já tentaram, eu tentei por meio do Movimento Viva Brasil, mas fechei, porquê não fazia sentido. Não havia apoio, não havia instrumental pra se fazer pesquisas. Enquanto isso, o outro lado com milhões e milhões à rodo, com organismos internacionais, como a Fundação Ford, a fundação do George Soros, que nos últimos anos jogou 19 bilhões de dólares nas mãos dessas ONGs para produzir conteúdo. Só que nós não temos isso e não vamos ter, porquê ninguém investe nisso. A maior parte dos nossos empresários [conservadores] são de lacração em rede social (sic)”.
Benê Barbosa afirmou que o movimento pró-armas está perdendo a chance de mudar a legislação para sempre. “A janela de oportunidade começou a se fechar. O que vai acontecer para frente? Não sei. Eu vou desistir? Não! Vou continuar. Já estou nisso há 30 anos, mas tudo vai mudar. As coisas vão parar de ser ‘fáceis’. As pessoas estavam felizes em poder ir numa loja e comprar uma 9 milímetros, 45, 357, um fuzil 556. Isso foi só as migalhinhas… O principal vai ser decidido agora, pelo STF. Outras ações virão, e provavelmente, a gente vai perder também”.
No final do vídeo, para ele, a mudança não envolve políticos, e sim, mobilização dos interessados. “Não é política que vai mudar isso. O voto em si não vai mudar isso. A gente precisa de uma coisa muito mais profunda. Eu já tinha cobrado lá no passado, mas não consegui desenvolver. Continuemos lutando, mas não dá pra imaginar que as coisas vão cair do céu, que tá tudo resolvido e a guerra tá ganha (sic). Muito pelo contrário, a gente vê que as coisas podem piorar e muito”.
Veja vídeo:
Fonte:Jornal Rondôniavip
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