Após cinco anos, Romero dá adeus ao Corinthians em silêncio e com marcas e títulos conquistados
Ángel Romero encerra sua passagem pelo Corinthians neste domingo.
Estrangeiro com mais jogos pelo clube (222 partidas) e maior artilheiro da Arena Corinthians (27 gols), o paraguaio de 27 anos passou os últimos cinco anos no Timão.
Foram 38 gols marcados e quatro títulos conquistados – Brasileirão (2015 e 17) e Paulistão (2017 e 18). Nos últimos dois anos, incontáveis foram as conversas entre o clube e seus agentes – primeiro com o paraguaio Daniel Campo e depois com Bruno Paiva, da OTB.
Romero em foto publicada neste sábado por sua companheira, Gabriela; casal já deixou São Paulo — Foto: Reprodução
Não houve acordo salarial. Como o salário de Romero era pago em dólar, a pedida se tornou inviável para o Corinthians.
Em silêncio, o jogador deixa o Corinthians após mais de sete meses sem atuar. Seu último jogo foi em 2 de dezembro de 2018, contra o Grêmio, pelo Brasileirão do ano passado.
O último gol foi em 1º de agosto de 2018, contra a Chapecoense, pelas quartas de final da Copa do Brasil (relembre acima).
Romero não confirma, mas há indicativos de que já tenha um acordo para o segundo semestre. O Cerro Porteño, do Paraguai, e o San Lorenzo, da Argentina, são os possíveis destinos.
Embora não tenha sido usado pelo Corinthians no primeiro semestre, Romero treinou durante todo o período com o restante do grupo, sem ser afastado. Participou de coletivos e esteve com os colegas de clube até os últimos momentos. A falta de ritmo, porém, o tirou do grupo da seleção do Paraguai, que disputou a Copa América do Brasil. Conformado, viu todos os jogos da arquibancada.
Romero em treino do Corinthians no CT Joaquim Grava — Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Respeito do elenco
Entre os jogadores do Corinthians, Romero é unanimidade. Não foram poucos os atletas a destacarem o profissionalismo do paraguaio no clube. O caso mais recente é o do goleiro Cássio. Ralf já havia falado sobre a dura situação de treinar sabendo que não irá jogar.
– Só posso elogiá-lo, enquanto esteve com a gente, sempre foi um cara bacana. Mesmo sabendo que não iria jogar, continuou treinando. O Corinthians também nunca fechou as portas para ele poder ir à seleção – falou Cássio.
– Quando você é campeão, você tem uma história, um respeito grande. Ele nunca se escondeu, passou por várias situações, foi criticado. Foi até feio o que falavam dele. Um cara que trabalhou, deu a volta por cima. Títulos não se apagam. Vou sempre respeitar o que fez no Corinthians – completou o goleiro.
Romero em seu último título conquistado pelo Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
E o que diz a diretoria?
Extremamente irritado com a postura do estafe de Romero, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, se retirou da negociação pela renovação ainda no começo do ano. As conversas foram conduzidas pelo diretor de futebol do clube, Duílio Monteiro Alves.
Há três semanas, o dirigente corintiano falou sobre o fim das negociações, encerradas ainda no primeiro semestre.
– O Corinthians chegou no seu limite, ofereceu o teto salarial e infelizmente, mesmo assim, a proposta não foi aceita – disse Duílio ao Globoesporte.com.
Corinthians tem preço a pagar
Mesmo sem contar com Romero e vendo seus 20% dos direitos econômicos virarem pó, o Corinthians ainda terá de colocar a mão no bolso.
No ato de sua contratação, em 2014, o empresário brasileiro Beto Rappa bancou a compra total do jogador do Cerro Porteño por cerca de 3 milhões de dólares (R$ 6,7 milhões, na época).
Com o término do vínculo, o valor corrigido terá de ser devolvido ao agente. Até o momento, porém, nenhuma parcela foi paga pelo clube.