Aos 240 anos, Forte Príncipe da Beira resiste ao tempo e segue imponente no Vale do Guaporé, em Rondônia
No dia 20 de junho de 1776, por determinação da coroa portuguesa, foram iniciadas as obras na margem direita do rio Guaporé, na fronteira com a Bolívia.
Há 240 anos, o Forte Príncipe da Beira, monumento construído para defender o País da ofensiva dos espanhóis e que se impôs pela estrutura e posição estratégica, começou a ser construído. No dia 20 de junho de 1776, por determinação da coroa portuguesa, foram iniciadas as obras na margem direita do rio Guaporé, na fronteira com a Bolívia.
O capitão-general, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, governador da Colônia do Mato Grosso, a quem foi incumbida a tarefa de conter avanços das forças espanholas no território brasileiro, escolheu aquele ponto específico da Amazônia para fincar o forte: a localidade que é, atualmente, o município de Costa Marques.
A relevância da obra ficou clara na declaração de Pereira e Cáceres: “A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um forte, e isso é obra e serviço dos homens de el-rei, nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalho que dê,… é serviço de Portugal. E tem de se cumprir”.
O Forte Príncipe da Beira foi concluído em 20 de agosto de 1783, tendo à frente o capitão-engenheiro, Ricardo Franco de Almeida e Serra.
SINGULAR MONUMENTO
A construção transformou Costa Marques num importante aglomerado social, pois atraiu comerciantes e trabalhadores, entre outros grupos. Ali já estavam, nesta época, indígenas e negros que escaparam da escravidão e formaram comunidades.
O emblemático monumento, singular empreitada dos portugueses na América do Sul, cumpriu seu papel que era defender as terras brasileiras. Ali, registra a história, não foi travado um embate sequer, tal a robustez e técnicas defensivas utilizadas na construção.
A edificação exigiu esforços que fazem dos operários heróis anônimos. Afinal, sobrepor com a força humana o rigor das ameaças comuns na região era tarefa para poucos.
Após cumprir sua missão demonstrando aos espanhóis que uma invasão por ali seria rechaçada, o forte acabou perdendo a finalidade com o estabelecimento da República. Pouca importância à obra se deu a partir de então.
Aos poucos, a fortaleza foi abandonada até ficar coberta pela vegetação. Sua redescoberta e reincorporação o patrimônio nacional ocorreu formalmente nas incursões do então major Cândido Mariano da Silva Rondon em 1914. Ele fez ainda mais: retornou em 1930 e providenciou a instalação da base militar que até hoje faz a manutenção do forte. O local é destino de turistas que vão a Costa Marques para conhecer o mais antigo monumento histórico de Rondônia.
Fonte: tudorondonia