Anvisa suspende proibição de venda de achocolatado Itambezinho
Achocolatado Itambezinho, proibido após a morte de uma criança de dois anos, no Mato Grosso.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a proibição da comercialização do achocolatado Itambezinho, proibido após a morte de uma criança de dois anos, no Mato Grosso. A medida foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira e destacou que a perícia descartou a hipótese de contaminação decorrente do processo de fabricação do produto, ficando claro que foi um caso de adulteração.
O lote M4 — com data de fabricação em 25 de maio e válido até 21 de novembro — está liberado para a comercialização e consumo.
O achocolatado foi proibido para averiguar se haveria relação entre a morte do menino e o consumo do produto. Investigação da Polícia Judiciária Civil em conjunto com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso revelou adulteração do achocolatado que foi consumido pela criança por meio de injeção de inseticida em cinco unidades.
A Anvisa destacou que a empresa Itambé Alimentos S/A não foi responsável pelo ocorrido, e que é de responsabilidade da agência tomar medidas preventivas sempre que há casos de dúvida a respeito das condições sanitárias de alimentos, medicamentos, cosméticos e outros produtos. Segundo a Anvisa, a interdição cautelar do lote mostrou-se necessária até o esclarecimento do caso.
Envenenamento
A criança morreu no dia 25, na Policlínica do Coxipó, para onde foi levada com parada cardiorrespiratória. O menino passou mal pouco depois de consumir o achocolatado. Desde então, foi aberto um inquérito policial para apurar a causa da morte.
A mãe do menino e um tio também passaram mal após ingerir o produto, mas estão bem. Ao ser ouvida por policiais, a mulher, de 28 anos, disse que o companheiro dela havia conseguido os achocolatados com um vizinho.
No dia 29, dois suspeitos de envolvimento foram presos no Centro de Cuiabá, no Mato Grosso. Os detidos são: Adones José Negri, de 61 anos, e Deuel de Rezende Soares, de 27. Segundo informações da Polícia Civil, Adones teve a casa invadida e pertences roubados diversas vezes. O criminoso costumava tomar os achocolatados que havia na residência. Por isso, Adones decidiu envenenar os produtos com uma substância contra ratos com o objetivo de punir o criminoso, caso tivesse a casa invadida novamente.
Deuel, que tem diversas passagens por roubo na região, invadiu a casa de Adones e levou as bebidas. Mais tarde, ele os vendeu para o pai do menino, que morreu após ingeri-lo. Ao todo eram seis achocolatados que foram envenenados.
Ao ser ouvido pelos investigadores do caso, Adones confessou que havia colocado veneno.
Fonte: Extra