Análise: sem gols após volta, ataque do Fluminense precisará mudar estilo para aproveitar o melhor de Fred
Depois da derrota por 3 a 0 para o Volta Redonda, um empate insosso em 0 a 0 com o Macaé pela rodada final da fase de grupos da Taça Rio: o Fluminense ainda não venceu nas duas partidas que disputou desde o retorno às competições – e sequer marcou gols.
É claro que os poucos dias que o técnico Odair Hellmann teve para armar a equipe desde a volta aos treinos pesam, assim como a parte física. Porém, a falta de gols de um time que teve o melhor ataque da Taça Guanabara chama a atenção.
Fred, do Fluminense, em ação contra o Macaé — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
Se o jogo contra o Volta Redonda foi atípico pelo gol e a expulsão sofridas precocemente, o mesmo não se pode dizer do confronto com o Macaé. O Flu até criou algumas oportunidades, mas poucas para um ataque com as peças de qualidade que possui à disposição.
E para mudar este panorama já para a semifinal do fim de semana contra o Botafogo, o treinador precisará encontrar um meio de adaptar o ataque ao estilo de Fred. Com o ídolo como referência no ataque no lugar de Evanilson, o setor ofensivo tricolor muda suas características.
Antes da paralisação pela pandemia de coronavírus, o Flu tinha como uma de suas principais armas as infiltrações do jovem atacante, que sempre demonstrou sintonia, principalmente, com Marcos Paulo.
Uma característica que Fred não possui, ainda mais aos 36 anos. O veterano nunca foi um jogador de explosão, mas sim de vantagem no duelo corporal, bom posicionamento e alto poder de finalização.
Nesta volta ao Flu, o camisa 9 ainda não conseguiu pôr em prática seus atributos. Parte pelo longo tempo inativo e parte pelo time do Flu ainda não ter se encontrado nestas duas partidas. Contra o Macaé, nas duas oportunidades que teve, o atacante furou um chute em uma boa oportunidade e finalizou para defesa do goleiro na outra.
Odair Hellmann no empate sem gols do Fluminense com Macaé — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
Para aproveitar melhor as qualidades do centroavante, um caminho para o Fluminense é ter mais jogadas de linha de fundo. Para isso, será preciso trabalhar bem triangulações pelos lados do campo, ultrapassagens dos laterais e bolas em profundidade para os pontas.
Uma qualidade que Fred já demonstrou nesses dois jogos, por sua vez, é o trabalho de pivô. Algo que o Flu pode explorar melhor, com chegadas de jogadores de trás para finalização.
Neste fim de semana, pela semifinal da Taça Rio, Fred terá pela frente o Botafogo, sua maior vítima ao longo da primeira passagem pelo Fluminense. Uma boa oportunidade para, enfim, começar a engrenar nesta nova fase com a camisa tricolor.
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