Análise: desorganizado, Ceará consegue empate heroico, mas acende alerta máximo na Série A
Foi no apagar das luzes que o Ceará conseguiu um leve alento na luta contra o rebaixamento. Muito oscilante entre os dois tempos de jogo, o Vovô contou com a sorte para voltar a pontuar no Brasileirão, mas não o suficiente para afastar o risco de rebaixamento.
Para enfrentar o time treinado por Fernando Diniz – reconhecidamente veloz e que abusa das trocas de passes – Adílson Batista entrou em campo taticamente com a mesma equipe que enfrentou a Chapecoense no fim de semana passado. A principal alteração não viria da defesa (Tiago Alves e Luiz Otávio no lugar de Valdo e Eduardo Brock), mas do meio-campo: saiu Thiago Galhardo e entrou Wescley.
A contratação mais cara do futebol cearense na temporada ganhou a primeira oportunidade de iniciar uma partida pelo Ceará sob o comando de Adílson Batista. O meia-atacante entrou teoricamente pela ponta-esquerda para dar sustentação e volume, além de oferecer maior suporte a Bergson, centralizado. A falta de ritmo, porém, ficou evidente nas jogadas desperdiçadas pelo jogador. Em uma delas, Wescley chegou a chutar o gramado e perder a bola em potencial lance de perigo.
Ceará demonstrou quarteto “ofensivo” pouco entrosado e zagueiros davam suporte ao ataque — Foto: GloboEsporte.com
No decorrer do jogo, o time alvinegro mostrou muita desobediência tática e passividade diante de um São Paulo entrosado e envolvente – mas assim como o Ceará, pouco efetivo -. Retraído no campo de defesa, mal incomodou o goleiro do Tricolor. Tentando passes objetivos pela esquerda, esbarrava na limitação de peças importantes na pequena área. A melhor das chances ironicamente veio com Wescley, espalmada por Tiago Volpi.
Com o gol do São Paulo e diante de um primeiro tempo aquém do esperado, Adílson mexeu. Tirou Wescley e Bergson para a entrada de Thiago Galhardo e Mateus Gonçalves, respectivamente. Como de costume, o Ceará cresceu na segunda etapa, ainda que timidamente. Na frente, o meia artilheiro comandava as ações ofensivas e obrigava o goleiro adversário a fazer boas defesas. Na bola aérea, os zagueiros Luiz Otávio e Tiago Alves mostraram a versatilidade para tentar igualar o placar.
Thiago Galhardo lamenta chance desperdiçada contra o São Paulo — Foto: Thiago Gadelha/SVM
Em vantagem no jogo, o time de Fernando Diniz se retraiu e deu espaço ao Ceará. Na própria zaga, Luiz Otávio infernizava a vida de Daniel Alves com desarmes precisos, mas perdeu a cabeça, foi reclamar com o juiz e tomou o terceiro amarelo. A ausência, porém, deve ser louvada pelo defensor. Mancando após o fim da partida, pode se recuperar plenamente de uma fascite plantar.
A solução para a iminente derrota passou pelos pés de outro meia: Felipe Silva. Apagado durante boa parte do jogo, ele recebeu o passe de Mateus Gonçalves e, sozinho pela direita, mandou para o gol de Volpi. A bola desviou em Léo e foi para o fundo da rede. Contando com a sorte aos 50 minutos do segundo tempo, o Ceará arrancou um empate com gosto de vitória, mas com pouco a se comemorar.
Melhores momentos de Ceará 1 x 1 São Paulo pela 34ª rodada do Brasileirão 2019
Estatísticas de Ceará 1 x 1 São Paulo
- Posse de bola: 47% x 53%
- Finalizações certas: 6 x 2
- Finalizações erradas: 8 x 3
- Passes certos: 356 x 427
- Passes errados: 46 x 35
Na tabela do Brasileirão
O empate faz o Ceará somar mais um ponto e chegar aos 37 pontos, permanecendo na 15ª posição, dois pontos a frente do Fluminense, primeiro time dentro da zona de rebaixamento, mas que ainda joga na rodada e pode ultrapassar o Vovô.
Próximo duelo
O Ceará tem pela frente o Flamengo na próxima quarta-feira (27), às 21h30, no Maracanã, no primeiro jogo no Rio de Janeiro após a conquista da Libertadores e do Brasileirão. O jogo é válido pela 35ª rodada.
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