Análise: Botafogo pega time mais preparado e sofre para garantir vaga na semifinal da Taça Rio
O empate em 0 a 0 com a Portuguesa, na última quarta-feira, garantiu o Botafogo na semifinal da Taça Rio, mas o desempenho do time não agradou. O resultado e a atuação são bem diferentes da goleada sobre a Cabofriense, mas as circunstâncias também são outras.
O Botafogo enfrentou um time com um preparo físico melhor, que teve mais tempo de treino e que entrou em campo com chances de classificação para a fase final da Taça Rio. Posto isso, o time sofreu para seguir na competição. A sorte também não ajudou.
Paulo Autuori, de volta ao comando da equipe depois de protesto contra a Ferj, fez novos testes na escalação e mudou as peças do setor defensivo. Kanu retornou à titularidade e foi bem. Seguro ao lado de Marcelo Benevenuto, o zagueiro mostrou que merece permanecer na posição.
Cavalieri foi o melhor do Botafogo contra a Portuguesa — Foto: Vitor Silva/Botafogo
O problema voltou a ser as laterais. Fernando apareceu mais, por isso também ficou mais exposto. O lateral-direito apoiou Luiz Fernando na pressão por aquele setor, que foi o mais explorado pelo Botafogo na partida, e acertou uma cabeçada no travessão. Ainda está longe da melhor atuação.
O lado esquerdo foi a grande deficiência. Guilherme Santos fez jogo apagado e pouco apareceu no ataque. Com isso, Luis Henrique ficou sem apoio na frente e não chegou perto da atuação do último domingo. O atacante, que costuma se arriscar nas jogadas individuais, pouco foi acionado nos 90 minutos. Sem a ousadia de Luis, o Bota perdeu muito.
Autuori montou o time no 4-1-4-1, com Caio Alexandre próximo da zaga e Pedro Raul mais à frente no ataque. Ao longo da partida, viu-se Caio mais perto de Honda e dos pontas, enquanto Bruno Nazário e Pedro ficavam mais adiantados, mas o entrosamento da dupla não surtiu efeito contra uma Portuguesa que soube anular o meio e o ataque do adversário.
Apesar de mal na partida, o Botafogo esteve mais perto da vitória que a Portuguesa. O time alvinegro dominou o primeiro tempo e acertou três bolas na trave de Milton Raphael. A equipe da casa foi superior na etapa final, e o atacante Chay viu Diego Cavalieri impedir o gol que poderia ter dado a classificação à Lusa.
Com defesas que garantiram o empate, Cavalieri foi o melhor em campo. Marcelo Benevenuto e Kanu também foram bem atrás. Guilherme Santos, Bruno Nazário e Luís Henrique não se destacaram.
Luis Henrique não fez boa partida pelo Botafogo contra a Portuguesa — Foto: Vitor Silva/Botafogo
As circunstâncias da classificação devem ser destacadas. Foram apenas 10 dias de treinos presenciais, e o Botafogo conseguiu superar os obstáculos, em especial físicos, além de desfalques, para seguir na Taça Rio. Agora terá mais três dias para se preparar para o próximo confronto.
Coincidência do destino, o time de Autuori poderá enfrentar o Fluminense na semifinal, caso este se mantenha na liderança do Grupo B. Depois de lutarem lado a lado fora de campo contra o retorno do Campeonato Carioca, tudo indica que a dupla disputará dentro das quatro linhas quem seguirá jogando o estadual.
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