Sem base até o fim do ano, Sport repassa revelações a Corinthians, Flamengo e Atlético-MG; entenda
A tônica do trabalho na base do Sport, desde o ano passado, tem sido uma: as parcerias. Com quatro categorias de formação, o Rubro-negro intensificou essa conduta, principalmente após paralisar maior parte do departamento até o fim do ano, por conta da Covid-19. E em meio à falta de perspectiva de competições, o Leão entrou em um processo de repasse de atletas negociados em clubes como Flamengo, Corinthians e Atlético-MG. É o que diz o presidente do clube, Milton Bivar.
“Tem três jogadores acertados com o Flamengo e um sendo negociado com o Corinthians. Vínhamos fazendo algumas parcerias com outros clubes, emprestando jogadores. A maioria vai sair agora. Nesse aspecto, também vai ser bom para o Sport. Eles vão para lá estabelecidos que qualquer venda nós temos direito à 40%. A esperança é que eles deem certo e façam um bom dinheiro para a gente também.”
Elenco Sub-17 do Sport em treino da base na Ilha do Retiro — Foto: Reprodução / Sport Club do Recife
Nos bastidores, especula-se que entre os três atletas encaminhados ao Flamengo, está o goleiro Kawe, do Sub-15 leonino. Os outros dois também fazem parte das categorias inferiores. Ao Atlético-MG, seria o caso dos atacantes Júlio César (Sub-17) e Kedson (Sub-15), além do lateral-direito Ítalo Lucas (Sub-15). Os defensores, vale ressaltar, foram convocados para treinos na seleção brasileira Sub-16 neste ano.
O Rubro-negro, no entanto, prefere não confirmar nomes. De acordo com o coordenador da base do Sport, Rodrigo Dias, a conduta da diretoria é por divulgar apenas atletas com acertos confirmados.
“Não falamos em nomes. Quando estiver tudo assinado e tivermos discutido com atletas, pais e clubes, ficamos mais tranquilos para conversar sobre isso. É um dos meus deveres. Acertamos verbalmente, houve troca de e-mails e agora está na confecção do contrato. Ainda não está assinado.”
Apesar disso, uma definição é que os três atletas que serão encaminhados ao Galo fazem parte da contrapartida do Sport na negociação pelo zagueiro Maidana, o lateral-direito Patric e o meia Bruninho, reforços contratados para a Série A do Brasileiro neste ano.
De acordo com Milton Bivar, a parceria com o clube mineiro existe desde quando o Leão liberou o volante Jair em troca de quitar uma dívida de salários com o atleta.
“Quando nós fizemos as tratativas lá atrás, sobre o Jair, eu estabeleci um bom relacionamento com o presidente do Atlético-MG, e ele falou que a gente desse preferência de juniores que pudessem ir para lá.”
Júlio César, garoto do Sport que deve parar no Atlético-MG — Foto: Anderson Stevens/Sport
O mandatário ilustra a estratégia relembrando o caso do volante Jadsom, vendido ao Cruzeiro no início do ano passado. A negociação foi vista como determinante pela diretoria, uma vez que possibilitou ao Leão, com o pagamento por parte da Raposa, conseguir quitar uma folha salarial do futebol em 2019.
O acerto foi alvo de críticas da torcida e chegou a ser comentado pelo vice-presidente jurídico do Sport, Manoel Veloso, em entrevista ao podcast oficial do clube, no início deste ano.
– À época, muitos questionaram e criticaram a venda de Jadsom. A pessoa mais contra a venda de Jadsom era eu. Sou torcedor e quero ver minha base jogando. Mas fui convencido por um simples motivo. O valor de Jadsom pagou uma folha do futebol, no mês de março ou fevereiro, que não tínhamos dinheiro para absolutamente nada. O clube estava abandonado, mais quebrado que arroz de terceira. E outra coisa, temos 40% de Jadsom. No contrato, para ele ser vendido, é condição essencial que o Sport concorde. E o Cruzeiro tem uma capacidade de venda muito maior.
Naquele período, em fevereiro de 2019, quando o Rubro-negro havia passado por um processo recente de mudança de gestão, o clube não pôde contar com renda das bilheterias ou faturamento, por viver um começo de ano sem jogos. O cenário financeiro é semelhante ao atual, devido aos impactos causados pela Covid-19.
Agora, o aumento de intensidade no mercado da base é reflexo, também, da indefinição sobre o futuro das competições da categoria em 2020. Por conta da pandemia, a Federação Pernambucana suspendeu as disputas e a Confederação Brasileira de Futebol ainda não determinou sobre os torneios nacionais. A situação fez o clube declarar, através do presidente, a manutenção de apenas pequena parte do Sub-17 e Sub-20 até o restante do ano.
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