Norte-americanos ligados à segurança de Trump são presos na Venezuela
O Presidente da Venezuela disse que dois cidadãos dos EUA foram presos como parte de um grupo descrito pelo Executivo como mercenários envolvidos em um ato que Nicolás Maduro afirmou que tinha o intuito de o matar.
Nesse grupo, havia membros da equipe de segurança de Donald Trump: Airan Berry, um mercenário profissional dos Estados Unidos, e Luke Denman”, afirmou Maduro em uma mensagem televisionada junto do alto comando militar.
O Presidente mostrou os passaportes de ambos, cartões de identificação como veteranos militares, bem como cartões de identificação da SilverCorp, uma empresa de segurança dos EUA que, segundo o Governo venezuelano, está ligada à tentativa de ataque que resultou na morte de oito pessoas e levou à detenção de 15.
Por outro lado, mostrou “material de guerra dos Estados Unidos e da Colômbia”, capacetes militares e equipamentos de comunicação.
Além dos dois norte-americanos, 11 pessoas foram detidas na segunda-feira numa segunda embarcação que se aproximava de uma área costeira do estado central de Aragua, embora Maduro tenha alertado que a perseguição continua e podem ocorrer mais detenções.
No fim de semana, oito pessoas morreram e mais duas foram detidas numa primeira tentativa de ataque marítimo que ocorreu no estado de La Guaira, vizinho de Caracas.
Entre os venezuelanos detidos estão o capitão Antonio Sequeda, assim como os agentes da segurança Yeferson Fernández e Rodolfo Rodríguez Orellana, o primeiro do estado de Miranda (centro) e o segundo do município de Baruta (Caracas).
Foram também detidos um ex-membro da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada) Víctor Alejandro Pimienta e o ex-primeiro-tenente Raúl Manzanilla.
Das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) foram detidas três pessoas: Paiva Soot, Rojas Tapia e Rodwin Magallanes.
Sobre Sequeda, ex-membro do GNB, Maduro disse que é um “desertor traidor” e sobre outro participante, Josnar Adolfo Baduel, garantiu que era um fugitivo da Justiça que, em 2018 e 2019, participou em “duas ou três tentativas de golpe”.
Baduel é filho de Raúl Baduel, general que foi um grande aliado de Hugo Chávez e considerado o arquiteto do regresso à Presidência após o golpe que o derrubou por 48 horas em abril de 2002, ex-ministro da Defesa entre 2006 e 2007 e que foi preso em 2009 por acusações de corrupção.
“Foi um esforço de investigação. Hoje posso confessar que, desde 19 de abril, começou a captura de parte dos apoios dessa trama e dessa conspiração”, afirmou Maduro, explicando que a Administração de Controle de Drogas (DEA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, expulsa da Venezuela em 2005, contactou traficantes de ambos os países para financiar e sustentar a operação.
“Será explicado oportunamente quem eles estavam tentando matar e roubar por ordem de Trump e Duque”, afirmou Maduro, referindo-se aos chefes de Estado dos EUA e da Colômbia.
O líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, negou também na segunda-feira qualquer envolvimento na invasão marítima.
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