Análise: Santos mantém boa fase, mas oscilação na vitória sobre o Delfín merece atenção especial
O Santos chegou, na última terça-feira, à terceira vitória seguida e ao quarto jogo sem perder. Com 1 a 0 sobre o Delfín, se manteve na liderança do grupo G da Libertadores e se distanciou de seus adversários. Em campo, porém, a oscilação no segundo tempo chamou atenção.
A equipe abriu o placar na etapa inicial, com Lucas Veríssimo, de cabeça, mas não conseguiu se manter melhor do que o adversário, 14º colocado no Campeonato Equatoriano.
Independentemente do desempenho, Jesualdo Ferreira destacou, em entrevista coletiva, os pontos conquistados pelo Santos. E, de fato, é para se comemorar, mas sem fechar os olhos para as oscilações.
O time titular do Santos na partida contra o Delfín — Foto: Getty Images
Na Vila Belmiro com portões fechados, tomada pelo silêncio da falta de torcedores, o Santos entrou em campo com a missão de passar pelo bloqueio do Delfín, que claramente pensava apenas em se defender e contra-atacar – o Peixe cumpriu punição da Conmebol por confusão em 2018.
Para tentar quebrar linhas, o técnico Jesualdo Ferreira apostou no volante Jobson à frente da zaga do Santos. O camisa 8 era o responsável por sair jogando e ligar os defensores aos meias e atacantes.
Assim, desafogava Sánchez e Diego Pituca. Pelos lados, o Santos não conseguia ir à linha de fundo. A noite pouco inspirada de Soteldo e Felipe Jonatan diminuiu o poder de fogo pela esquerda, uma marca registrada da equipe comandada por Jesualdo Ferreira.
Pará, pela direita e com características mais defensivas, pouco ajudou à frente. As características dos jogadores em campo, principalmente pela técnica de Jobson e a falta de inspiração dos laterais, fizeram o Santos ser mais perigoso pelo meio.
Everson diz que Santos poderia ter vencido o Delfín por placar mais elástico
Numa rara chance de bola parada, o Peixe abriu o placar e cresceu na partida. Foi melhor do que em todos os outros momentos contra o Delfín, mas a superioridade durou muito pouco perto da diferença entre os elencos.
Rapidamente, o Delfín conseguiu reequilibrar as ações com sua forte marcação e a velocidade nos contra-ataques.
Depois do intervalo, então… fica praticamente impossível analisar qualquer coisa. O Santos passou a ser um time espaçado e sem força para puxar contra-ataques, diante de um Delfín “sedento” pelo empate e pressionando como podia: pelos lados, pelo alto e com chutes de média distância.
Jogadores do Santos comemora o gol com Lucas Veríssimo — Foto: REUTERS/Rahel Patrasso
A falta de qualidade do Delfín, porém, fez o Santos, mesmo aparentemente desgastado e afobado, conseguir segurar a vitória. Mas o segundo tempo foi um festival de erros de passes, contra-ataques interrompidos e divididas perdidas.
O Santos volta a campo no sábado, às 19h, contra o São Paulo, no Morumbi, pelo Paulistão. Na terça-feira, na Vila Belmiro, o Peixe recebe o Olimpia, do Paraguai, pela Libertadores da América.