Divergência sobre multa trava acerto entre Corinthians e Caixa pela Arena; veja detalhes
Após mais de cinco meses de negociações, Corinthians e Caixa Econômica Federal alinharam novas condições para o pagamento do financiamento da arena do Timão, em Itaquera. Foi acordado um prazo maior para quitação, assim como a flexibilização do valor da parcela a ser paga nos meses em que não há jogos no estádio. Porém, uma divergência ainda impede que o novo contrato seja assinado.
A Caixa cobra uma multa de aproximadamente R$ 50 milhões do Corinthians, a qual a diretoria alvinegra não concorda em pagar.
– Há em contrato uma multa pequena (de aproximadamente R$ 5 milhões), que o Corinthians aceita, mas também uma multa judicial, que a gente não aceita. Por quê? Porque isso não passa no Conselho. Você não multa quem você está fazendo acordo – afirmou Matias Romano Ávila, diretor financeiro do clube, em entrevista ao podcast GE Corinthians. O programa vai ao ar na próxima quinta-feira.
A multa cobrada pelo banco tem relação com o processo de execução da dívida do financiamento da Arena, que ocorreu em setembro (entenda mais abaixo).
No novo acordo alinhado entre Corinthians e Caixa, o clube ganharia mais quatro anos para pagar o financiamento do estádio. O prazo seria prorrogado de 2028 para 2032.
Corinthians tenta acordo com a Caixa para pagar a Arena Corinthians — Foto: Ana Canhedo
Além disso, o Timão propõe pagar um valor menor nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, quando há menos jogos na Arena e, assim, a arrecadação é muito menor. As parcelas atuais são de R$ 5,7 milhões.
No momento, a “bola” está com a Caixa. O Corinthians espera que o banco abra mão da indenização para avançar na assinatura do novo contrato.
Enquanto isso, os pagamentos das parcelas do financiamento estão congelados. Em fevereiro, a Justiça suspendeu por mais 60 dias o processo que a estatal move contra o Timão para que as partes sigam em busca de um acordo amigável.
O processo
Ainda em 2018, o Corinthians acertou com a Caixa que pagaria apenas metade dos valores das parcelas do financiamento da Arena nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, em que a arrecadação do estádio é menor. Um novo contrato foi formulado, mas nunca assinado.
Em 2019, porém, mudou a direção do banco, com a troca do governo de Michel Temer para o de Jair Bolsonoro.
Mesmo sem o novo contrato ser assinado, o Corinthians passou a fazer pagamentos menores. A partir de março, o clube retomou os pagamentos pelo valor “cheio”, mas o banco utilizou esse dinheiro para amortizar os débitos anteriores. Por exemplo: metade do pagamento de março foi usado para completar o pagamento de dezembro.
Além disso, nos meses de junho e julho, em que a Arena recebeu partidas da Copa América, as parcelas não foram pagas. Assim, no entendimento do banco, há seis parcelas em aberto.
Nas contas do Corinthians, com juros e correção, a dívida com a Caixa é de R$ 487 milhões. Já de acordo com banco estatal, o montante supera R$ 520 milhões.
Vale lembrar que o financiamento contraído para a construção da Arena Corinthians foi de R$ 400 milhões.
O diretor financeiro Matias Romano Ávila afirma que não há atrito entre clube e banco, mas admite que o impasse nas negociações gera desgaste ao Timão:
– Eu diria que desgasta a marca. Isso, para nós, é muito ruim, sob o ponto de vista até do naming rights (direito de exploração do nome) […] O ano passado (2018), só para você ter uma ideia, nós pagamos R$ 72 milhões, mais do que o compromisso do ano. A gente está tentando cumprir o compromisso. Como? Numa condição que seja plausível, que você consiga pagar.
Ge