Odair nega contato do Fluminense e prega respeito a Marcão: “Não converso com técnico no cargo
Antes da vitória sobre o São Paulo, que tirou o time da zona de rebaixamento do Brasileirão, o Fluminense viveu uma semana de crise. Ao admitir ter defendido a demissão de Marcão, o vice-geral Celso Barros tornou pública a divergência com o presidente Mário Bittencourt quanto ao trabalho do técnico. Pois Odair Hellmann, recentemente demitido do Internacional e especulado nas Laranjeiras, negou ter sido procurado pelo Tricolor.
Mais: pregou respeito ao trabalho feito por Marcão, de quem foi companheiro de clube em 1999. Enquanto aguarda a definição do seu futuro, Odair conversou com a reportagem do GloboEsporte.com na sexta-feira, um dos dias que decidiu passar no Rio de Janeiro.
– Não chegou nada. Eu, como profissional, preciso respeitar todos. Farei isso sempre. Fluminense tem um treinador, que é o Marcão. Jogamos juntos e fomos campeões na Série C. Ele é ídolo da torcida, recebeu oportunidade de ser efetivado como eu recebi – disse, para completar:
– Então, tem de respeitar quem está no cargo da mesma forma que eu gostaria que me respeitem quando eu estiver trabalhado. Não houve nenhuma situação. E, se houvesse algum contato, não levaria adiante pois não seria o momento. Não existe a mínima possibilidade, não converso (com clube) com técnico no cargo. Além disso, não aconteceu.
Em 1999, melhores momentos de Fluminense 1 x 0 Dom Pedro-DF, pela 3ª divisão do Brasileiro
Odair foi demitido do Inter em 10 de outubro, após a derrota para o CSA no Brasileirão. Terminou ali uma trajetória de um ano e dez meses de trabalho. Desde então, ele se dedica a acompanhar jogos e estudar futebol – fará em dezembro o curso para tirar a Licença Pro da CBF. Período no qual pessoas próximas a direção tricolor sondaram a situação dele.
Estar no Rio fez Odair recordar o período em que jogou no Fluminense, em 1999. Época da disputa e conquista da Série B. Com Marcão como colega de time (veja no vídeo acima como foi a vitória tricolor sobre o Dom Pedro-DF, com gol de Odair).
– Foi um momento difícil e histórico. Imagina um clube gigante e com história linda como o Fluminense cair para a Série C. Me lembro que o Parreira assumiu, com toda a comissão que foi campeã do mundo em 1994. O presidente era Francisco Horta. A gente sabia que tinha de ser campeão para colocar o Fluminense o mais rápido possível no seu devido lugar. Me lembro ainda de dificuldades financeiras e estruturais. Agora o clube tem um CT, o que acho importante. Então, é sempre um momento difícil. Naquela época, em 1999, a gente conseguiu rapidamente dar uma resposta. Foi emblemático. Era muita pressão em todos os jogos. Surgiu o Roger, tinha o Marco Brito, Bruno Reis, Roni, Magno Alves… era essa a turma. Foi um resgate do Fluminense. Eu me lembro que as coisas sempre foram muito claras e transparentes. Falavam que poderiam pagar tanto e cumpriam. As coisas andaram bem – recordou o técnico.
Odair não esquece que, na época, já via Marcão se destacar como referência no Fluminense:
– O Marcão veio do Bangu e se transformou em ídolo da torcida. A gente era da mesma posição. Ele virou ídolo por merecimento, afinal, jogou muito e fez história. Esse respeito que o torcedor tem por ele é merecido. Ele, dentro do campo, representou muito bem. Sempre deu a vida. A nossa relação sempre foi boa, claro, agora faz muito tempo que a gente não se fala.
Além do Fluminense, Odair defendeu o América, em 2004, no Rio. Nas duas vezes, morou em Copacabana. A adaptação dele e da família foi tão boa que pensa em voltar em um futuro breve a morar na cidade.
– Talvez eu venha fixar residência aqui, em um futuro próximo. Se dependesse da minha mulher, seria na semana que vem. Ela se adaptou bem. A gente sempre voltou, passamos férias aqui. Em algum momento, vou morar aqui. A cidade proporciona trabalho e lazer. Dá para equilibrar o profissional e o pessoal – finalizou.
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