Opinião Jogo Aberto – 05 de Novembro de 2019
A Argentina ficará do nosso lado até o fim dos tempos.
Como resultado da visita de Bolsonaro à China, sete frigoríficos de Santa Catarina já foram habilitados pelos chineses para exportar miúdos de suínos, ou seja, orelha, pata, rabo, fígado, coração, focinho e até banha. Isso vai significar mais atividade econômica para os suinocultores de Santa Catarina.
Agora, os agricultores do país estão mais uma vez de parabéns. Somos os campeões mundiais de exportação de soja. Neste ano, as exportações vão surpreender até os mais otimistas. Não só os de soja, mas também os de milho. Nós somos o segundo maior exportador de milho do mundo, e a China é o nosso maior comprador.
Antes de chegar à China, o presidente esteve no Japão com o chefe de governo japonês, o primeiro ministro Shinzō Abe. Como líder do Mercosul, Bolsonaro fechou um acordo entre o Mercosul e o Japão. Esse acordo pode ser fechado em novembro quando Shinzō Abe vier a Brasília.
O presidente Bolsonaro continua dizendo que não vai, no dia 10 de dezembro, à posse do presidente da Argentina. É uma pena, porque a Argentina, vai ficar do nosso lado até o fim dos tempos: até que o mundo acabe. Temos que ter um bom relacionamento com a Argentina, nosso parceiro do Mercosul e nosso companheiro de viagem nesse mundo e universo.
O futuro presidente da Argentina, Alberto Fernández, está com o presidente socialista do México, Andrés Obrador. Ex-presidente e futura vice, Cristina Kirchner está saindo de Cuba e indo para a Venezuela. Ela está visitando dois fracassos da América do Sul.
O grande sucesso da América do Sul é o Chile: pelo liberalismo. Mas está sendo atacado por inimigos que tentam mostrar que o liberalismo não deu certo – enquanto todo mundo sabe que o liberalismo gerou a Microsoft, a Apple, o progresso, a riqueza dos Estados Unidos.
Já o fracasso fechou a União Soviética, manteve Cuba no passado – nos anos 50-, e a Venezuela é esse fiasco mesmo tendo petróleo. Mesmo com a China mantendo ainda o rótulo comunista, é um grande país capitalista: uma nação que se libertou das amarras do comunismo, dessa filosofia econômica inventada para o tempo da primeira revolução industrial, na época da máquina a vapor praticamente.
Voltando à Argentina, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 60% dos exportadores brasileiros se queixam das dificuldades aduaneiras, das cobranças de tarifas indevidas. Agora, os exportadores argentinos me dizem que lá dentro é a mesma coisa. Os argentinos querem exportar e o governo da Cristina Kirchner retinha os resultados cambiais das exportações. Então, esse é um problema que persiste e precisa ser solucionado.
Na quarta-feira (6), ocorre o grande leilão do pré-sal. É preciso explorar bem o nosso petróleo porque vêm aí os carros elétricos.
Cedo ou tarde estão chegando os carros elétricos, mas o petróleo ainda é a matéria prima para a indústria de plásticos e seus derivados.
Já na quinta-feira (7) ocorre o dia da apreensão. O Supremo julga se haverá (ou não) prisão em segunda instância. Quem já fez o primeiro ano de direito sabe que a segunda instância é a última em relação à condenação.
Se o Tribunal do recurso confirmou a condenação, o sujeito está condenado. Os recursos vão discutir o tamanho da pena, embargos e afins, mas não muda a condenação. A Constituição diz que ninguém vai ser considerado culpado depois do trânsito em julgado. Ninguém mais discute se ele é culpado ou inocente quando vai para a terceira instância.
Vamos esperar o que vai acontecer em uma semana em que há a possibilidade de a divulgação de uma inflação lá embaixo, com a chance de baixar ainda mais os juros e aumentar o otimismo da indústria. A agricultura nem é preciso salientar.
Por Marco Aurélio