Felipe Melo, do Palmeiras, diz que jogou com medo de fazer falta: “Entrei em campo com temor”
Punido com quatro jogos de suspensão pelo STJD pela expulsão contra o Bahia, Felipe Melo entrou em campo neste domingo, na derrota do Palmeiras para o Flamengo, no Maracanã, pelo Brasileiro, graças a um efeito suspensivo. O volante admitiu, aliás, que jogou com receio de fazer falta.
Quando questionado sobre se faltava atitude a alguns jogadores, Felipe Melo desabafou:
– Eu acho que tem que fazer a pergunta para parte da crítica: “o que seria atitude?”. Muitas vezes, temos atitude. Uma atitude de um jogador adversário gera uma dura do juiz. Uma atitude do Palmeiras gera um cartão amarelo. Temos que saber qual é a atitude que a crítica quer que tenhamos? Eu entrei em campo hoje com temor de cometer alguma falta e tomar cartão. Isso é bem complicado, meu estilo de jogo não é assim. Esse time que parte da crítica diz que não tem atitude é o atual campeão brasileiro, bateu recorde de sequencia de vitórias, de não perder.
Felipe Melo, do Palmeiras, em disputa de bola com Filipe Luís, do Flamengo — Foto: André Durão/GloboEsporte.com
Sobre a má fase do Palmeiras, que, além de eliminado na Libertadores e na Copa do Brasil, ainda não venceu no Campeonato Brasileiro após a Copa América, Felipe Melo disse:
– Eu não creio que seja complicado falar nesse momento. No momento que ganha, vem falar, comemorar. No momento que perde, a gente fala. A gente não é bandido, né? Somos profissionais que buscamos sempre o melhor para o time. Infelizmente, estamos vivendo um momento no qual as vitórias não estão vindo. Quando as vitórias não vêm, cabe falar pouco e trabalhar mais – disse.
Com 30 pontos e um jogo a menos no Brasileirão, o Palmeiras volta a campo no sábado, às 21h, contra o Goiás, no estádio Serra Dourada, em Goiânia.
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Análise da derrota
– Começamos bem jogo, melhor do que eles, criamos oportunidades, tendo a posse de bola, fizemos o gol. E logo depois da anulação do gol o jogo virou. Então, é bem complicado, mas estamos aqui para assumir as responsabilidades. Eu peço que sejamos cobrados mesmo, nós entramos dentro de campo. Mas o maior sentimento de tristeza nós temos também.
Confiança no elenco
– É um momento difícil. Quando é um momento difícil, nós lideres temos que assumir essa responsabilidade. Não cabe a parte da critica falar do nosso diretor, do presidente ou de um ou outro jogador. Quando ganha, ganha todo mundo. Quando perde, perde todo mundo. Que cobrem de todos nós. Eu sou o primeiro que precisa ser cobrado porque sou um dos líderes do time. Assumo aqui a cara para bater, não tem problema nenhum. Podem ter certeza que estamos trabalhando muito. Os primeiros a sofrer com esse momento somos nós. Mas não estamos mortos na competição, não. Ainda temos um campeonato, que é o mais difícil do mundo. Temos um jogo a menos, vamos continuar brigando. Confio em cada jogador aqui.
Cobranças
– Não só do Felipão. O Mattos também foi alvo de algumas críticas nos últimos dias. Cabe a nós jogadores entrar em campo e buscar as vitórias. Eu sei porque sou torcedor. Hoje, torço para o Palmeiras e, quando não estou no campo, também estou cornetando. Por isso prefiro ficar em casa assistindo. Futebol é paixão, emoção. Por isso que brigo muito pelas pessoas terem levado o futebol pela chacota. Muitos programas televisivos não falam de futebol, é comédia. Então, quando se mexe com futebol, tem que ter mais seriedade. E futebol é muita emoção, muita paixão. Na pausa pra Copa América saímos como os melhores do Brasil, o melhor elenco, e em cinco jogos somos os piores e não servimos para nada. Cabe a nós trabalharmos muito. Confio no potencial dos jogadores, da diretoria e do clube.
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