Presidente de comissão no Senado diz que governo não pode ‘brincar’ se quiser aprovar Eduardo
O presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelson Trad (PSD-MS), disse ao blog nesta segunda-feira (22) que o governo “não pode brincar” se quiser que a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro(PSL-SP) para assumir embaixada nos Estados Unidos siga em frente.
A possível indicação é tema de falas do presidente Jair Bolsonaro desde o início deste mês. Até o momento, ele não formalizou a indicação, que precisa ser chancelada pelo Senado.
“Se o governo quer que a indicação vá para frente, não pode brincar. Precisa enviar a indicação o quanto antes. Até porque esta matéria passará à frente da Previdência no Senado. A Previdência ainda vai demorar um tempo na Câmara”, afirmou o senador.
Trad defende que o governo federal envie o quanto antes a mensagem presidencial sobre a indicação, de preferência, segundo ele, ainda no recesso parlamentar. Motivo: senadores voltam às suas bases eleitorais nas férias e, a depender da pressão do eleitorado, podem voltar aos trabalhos decididos a não apoiar o desgaste da indicação de Eduardo.
Trad disse que esteve com o presidente Jair Bolsonaro três vezes após vir à tona que a indicação poderia ocorrer, mas que o presidente não lhe pediu nada.
Senadores da base e da oposição disputam a relatoria da possível indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada dos EUA. Nelson Trad disse ao blog que foi procurador por dois senadores de oposição e dois da situação, mas que não se sentia à vontade em revelar quem são pois “três vão rodar”.
Segundo ele, a comissão seguirá o cronograma de outras relatorias. “Porque, caso contrário, vão dizer que estamos privilegiando ou prejudicando o filho do presidente. Vou fazer como sempre: mapa de matérias de quem relatou o que, quem fez o que, para equilibrar”.
Ele relata que foi procurado pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Perguntado sobre o que falou com Flávio, Trad disse ao blog: “é irmão, né? Quis saber o clima. Uma coisa é a indicação. Outra, o trâmite”.
g1