Soja repercute números do USDA e volta a cair nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago
O mercado internacional da soja opera em baixa nesta terça-feira (16) com os preços reagindo ao boletim de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe ontem, no final do dia.
As cotações recuavam, por volta de 7h55 (horário de Brasília), perdiam entre 6 e 6,50 pontos, com o agosto sendo cotado a US$ 8,95 e o novembro, US$ 9,13 por bushel.
O USDA surpreendeu ao aumentar em 1 ponto percentual o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições, enquanto os traders, porém, apostavam em uma nova baixa dos números, como aconteceu na semana anterior.
Até o último domingo, de acordo com o reporte semanal de acompanhamento de safras, o total de lavouras em bom estado passou de 53% para 54%, enquanto as expectativas dos traders variavam de 51% a 52%. São 34% das plantações em condições regulares, contra 35% da semana anterior, e 12% em situação ruim ou muito ruim, mesmo número da semana passada.
Também sobre a soja, o reporte informou que o percentual de lavouras que já emergiram passou de 90% para 95%, contra 99% de média dos últimos cinco anos e frente aos 100% de 2018. O estado que ainda está abaixo dos 90% é o Missouri, com 84%.
São também 22% dos campos de soja em fase de florescimento, um aumento de 12% em relação à semana anterior. No ano passado, nesse período eram 62%, e a média dos últimos anos é de 49%.
Além da melhora da última semana, as previsões indicam a possibilidade de algumas chuvas chegando a partes da região do Delta e do leste do Corn Belt nas próximas semanas, depois da passagem da tempestade tropical nos EUA no último final de semana.
E assim, de olho nestas previsões, os preços já vêm recuando desde ontem, quando encerrou os negócios perdendo mais de 10 pontos. Como explicou o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, estas condições de temperaturas um pouco mais amenas e condições melhores de chuvas podem ser confirmadas depois dessa onda de calor forte que vem comprometendo os campos em partes do cinturão.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja fecha a 2ª feira com mais de 10 pts de queda na CBOT especulando frente fria nos EUA
Especulando sobre uma nova frente fria que poderia chegar ao Meio-Oeste americano nas próximas semanas, o mercado da soja na Bolsa de Chicago terminou o pregão desta segunda-feira (15) com baixas de mais de 10 pontos entre as principais posições. O agosto encerrou os negócios com US$ 9,01 por bushel, enquanto o novembro ficou em US$ 9,20.
Segundo explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, depois de uma onda de calor sobre os EUA – que também deve acontecer – essa nova frente fria será determinante para a manutenção da produtividade da soja, ou até mesmo uma para promover uma melhora caso seja confirmada. E o mercado já trabalha com as diversas possibilidades.
“Temos essa produtividade nos EUA ainda bastante indefinida”, diz Vanin.
Para os próximos dias, a preocupação maior se dá diante das previsões que indicam em uma parte grande do centro e oeste do Meio-Oeste americano nada mais do que rápidas pancadas de chuvas nesta semana, a qual deverá marcar dias ainda mais quentes, com temperaturas acima da média, mostra o agrometeorologista sênior, Bryce Anderson, do DTN The Progressive Farmer.
As preoucupações com a demanda pela soja norte-americana também mantêm as cotações pressionadas. Continua o conflito comercial entre China e Estados Unidos e até que se resolva, a procura por esse produto se mantém lenta e bastante desaquecida.
“Sabemos que a demanda nos EUA é bem menor do que o normal, para o próximo ano comercial o USDA já vem fazendo uns ajustes, principalmente da China. A demanda nos EUA vai depender de uma melhora dos prêmios americanos, ela está muito condicionada à sua competitividade para aqueles países que não são a China. Então, em teoria, os EUA teria que se manter muito barato para atrair toda esta demanda”, diz Vanin.
E ainda como explica o analista, todas essas questões climáticas têm provocado um encarecimento não só da soja nos EUA, mas também do milho, com um movimento que acaba afastando parte dos compradores.
MERCADO BRASILEIRO
Depois de baixas consecutivas, o dólar fechou o pregão desta segunda-feira em alta e voltando à casa dos R$ 3,75. O movimento ajudou a limitar o impacto das baixas em Chicago e promover uma ligeira reação dos preços no mercado brasileiro.
No interior do país, a soja balcão em Sorriso, Mato Grosso, fechou com R$ 63,00 por saca e alta de 5% nesta segunda. Em mais praças de comercialização, os ganhos passaram de 0,50%.
Já nos portos, a reação não foi a mesma e as referências recuaram. Em Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 79,00 por saca e queda de ,75%, enquanto para agosto, perda de 0,62% para R$ 80,00. Em Rio Grande, R$ 79,00 e R$ 79,50, com estabilidade nos dois casos.
Fonte: Notícias Agrícolas