São Paulo apostou milhões em atacantes e tem o pior ataque do Brasil
O São Paulo começou a temporada 2019 apostando pesado no seu ataque, mas passados cinco meses o Tricolor vê o investimento não ser traduzido no objetivo principal: gols.
Nesta quarta-feira (23), mais uma vez o pouco poder ofensivo da equipe ficou evidente na derrota por 1 x 0 para o Bahia, em pleno Morumbi, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.
Considerando os 20 times que estão na elite do nosso futebol, o Tricolor Paulista ocupa a incômoda lanterna no ranking de gols marcados – considerando todas as competições. Foram apenas 23 bolas nas redes em 26 partidas disputadas.
A equipe, que começou o ano treinada por André Jardine, teve um período sob o comando interino de Vagner Mancini e agora tem Cuca na área técnica, é a única com média inferior a um tento por jogo (0.88).
Este insucesso não bate com nomes de peso, como Alexandre Pato. O camisa 7, que atuou atrás de Jonas Toró (escalado na referência do ataque) no 4-2-3-1, foi quem mais finalizou (4). Entretanto, acertou apenas um chute na direção do goleiro Douglas Friedrich.
Não foi o bastante para o jogador, que embora tenha chegado sem custos após ter rescindido o seu contrato com o Tianjin, da China, teve contratação com um custo estimado em cerca de R$ 38 milhões – levando em consideração a totalidade de salários, luvas e direitos de imagem. Em seu quinto jogo neste retorno, fez apenas um gol.
O principal fato que explica um aproveitamento tão ruim no setor ofensivo, entretanto, está na falta de sorte de ver a contratação mais cara ter que passar por uma operação para tirar um cisto na lombar.
Pablo chegou ao Morumbi por cerca de R$ 26,5 milhões (6 milhões de euros), fazendo o Tricolor superar a concorrência com Flamengo e Palmeiras para ter o goleador que encontrou destaque na campanha do título da Sul-Americana, em 2018, pelo Athletico.
Mas nem mesmo o aproveitamento do atacante de 26 anos saltou aos olhos: quatro gols nos 15 duelos até a intervenção cirúrgica – ao menos foi o bastante para, até aqui se colocar como artilheiro do time na temporada.
Não é de hoje que o São Paulo vem apostando alto no ataque. Everton, titular nesta quarta-feira (23) e com nula participação ofensiva, chegou por cerca de R$ 15 milhões em 2018 e Diego Souza, hoje emprestado ao Botafogo, também pesou nos cofres são-paulinos.
Marcos Calazans, que estava no Fluminense, é o mais novo rosto a chegar em um clube que muito vem apostando na qualidade dos finalizadores, mas que não vem tirando o máximo disso: seja por razões técnicas ou pela falta de sorte, como é o caso da ausência de Pablo – o artilheiro que fez quatro gols em 2019.
É muito pouco.