Felipão volta a rebater crítica da torcida do Palmeiras
Desde que retornou ao Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari deu pouquíssima margem para as reclamações dos torcedores. Em sua terceira passagem pelo clube, o treinador chegou com a missão de colocar a equipe, antes comandada por Roger Machado, nos trilhos. Após o empate sem gols com a Ferroviária, no último domingo (17), pelo Campeonato Paulista, Felipão se mostrou irritado e afirmou que “torcida não escala jogador”.
Quando o Palmeiras anunciou a escalação para a partida contra a Ferroviária, torcedores nas redes sociais pediram a entrada do meia Zé Rafael, contratado no início deste ano e que soma apenas uma partida com a camisa do clube. Em seu lugar, Felipão optou pelo veloz Carlos Eduardo, substituído no intervalo do jogo depois de desperdiçar a chance mais clara do Palmeiras no primeiro tempo.
Zé Rafael, no entanto, seguiu no banco de reservas. Felipão colocou em campo Felipe Pires, que se lesionou com apenas nove minutos em campo, e deu lugar ao recém-contratado Ricardo Goulart, sua estreia pelo Palmeiras.
Questionado sobre a não utilização de Zé Rafael pelo quinto jogo consecutivo, Felipão esbravejou: “Não é o torcedor que coloca (para jogar) o jogador, não são vocês da imprensa. Essa é a minha função por enquanto”, disse antes de finalizar a coletiva.
Inventor do apelido “Turma do Amendoim”, nome dado aos torcedores palmeirenses mais efusivos que passavam boa parte do tempo criticando as ações dos treinadores no antigo Palestra Itália, Felipão volta a entrar em conflito com seus “velhos amigos”.
Quem imagina que nas vitórias o treinador passa ileso está enganado. Contra o Bragantino, no dia 11 de fevereiro, no estádio do Pacaembu, Gustavo Scarpa e Dudu garantiram a vitória do Palmeiras por 2 a 0, mas a “Turma do Amendoim” não poupou críticas ao treinador de 70 anos.
“Fico até surpreso com a cobrança da torcida do Palmeiras. A torcida está cobrando no Instagram porque perdemos um jogo, sei lá. Dos últimos 15, a gente perdeu dois. Menos, menos. A torcida pode cobrar, mas um pouco menos”, ponderou o treinador.
No fim de janeiro, Felipão projetou que sua equipe atingiria o “ideal no aspecto tático” provavelmente lá “pelo dia 15 de fevereiro”. Na partida do domingo (17), o time ficou longe de mostrar-se ideal, desperdiçando diversas oportunidades de gol.
Mesmo com o alto investimento feito pelo clube e seu patrocinador, o Palmeiras ainda busca reencontrar o bom futebol que o levou ao título do Brasileirão 2018. No Paulistão, são quatro vitórias, dois empates e apenas uma derrota. No entanto, nos últimos três jogos, o Alviverde tem uma derrota -no clássico contra o Corinthians -, um empate, contra a Ferroviária, e uma vitória, sobre o Bragantino.
Em 2018, a “Turma do Amendoim” também se manifestou. Após o Palmeiras empatar por 1 a 1 com o Cruzeiro, em Minas Gerais, e cair na semifinal da Copa do Brasil, Felipão criticou a cobrança excessiva de seus torcedores.
“Não vejo motivos para que a gente tenha um clima de terra arrasada, porque perdemos do Cruzeiro. Não tem motivos para cobrar nada diferente de hoje. Não criamos situações porque o Cruzeiro não deixa”, avaliou o treinador.
É nesse clima de cobrança e críticas que o comandante do Palmeiras prepara a equipe para mais um clássico na temporada. No próximo sábado (23), o Santos visita o rival no Allianz Parque, às 19h (de Brasília). Sem jogos no meio da semana, já que estreia na Copa do Brasil apenas em março, Felipão terá novamente a semana livre para trabalhar com seus jogadores.
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