Prejuízo com quebra da safra de soja ultrapassa R$ 542,6 milhões na região
O clima seco e altas temperaturas registradas, principalmente, nos meses de novembro e dezembro do ano passado frustraram a expectativa com a safra soja 2018/19 na região de Campo Mourão.
O departamento estimava uma produção de 2,3 milhões de toneladas, mas a projeção foi revista para 1,8 milhão. Se a nova projeção for confirmada, a receita dos produtores cairá na região em mais de R$ 542,6 milhões, considerando os preços de mercado, conforme o engenheiro agrônomo Edilson de Souza e Silva, chefe interino da Seab em Campo Mourão.
“Considerando que no ano passado tivemos uma produção média de 3,5 mil quilos por hectare trabalhamos neste ano com mesma expectativa de produtividade, dentro, lógico de uma condição normal de clima e infelizmente isso não aconteceu. Tivemos um período longo de estiagem que afetou drasticamente a produção”, falou o chefe interino da Seab, ao afirmar que a quebra foi bastante expressiva.
Este valor infelizmente deixará de circular na economia da região. De acordo como engenheiro agrônomo, as áreas plantadas mais cedo foram as mais afetadas, tendo um percentual de perda mais acentuado que as semeadas mais tarde. Elas foram afetadas em função do ciclo que se encontravam na época em que aconteceu a estiagem.
Com 680 mil hectares de soja, Campo Mourão é maior produtora do Estado dentro dos núcleos da Seab. O Deral estima que cerca de 30% de toda área foi colhida na Comcam até o momento. Nos próximos 15 a 20 dias deve haver uma intensificação da colheita, uma vez que um grande percentual está na fase final de maturação. “Temos áreas colhidas em toda a área do núcleo. Na região de Campina da Lagoa, Juranda e Ubiratã o percentual está adiantado, chegando a 80%, sendo que algumas regiões, como Campo Mourão, Luiziana e Roncador, temos um percentual bem menor, não chegando nem a 30%”, informou Souza.
Segundo o Deral, em torno de 55% da área com soja na região está na fase de maturação e 40% em frutificação. Souza comentou que dependendo do comportamento do clima até a finalização da colheita, a safra corre riscos de sofrer novas quebras. “Temos algumas áreas em enchimento de grãos que precisam de mais chuva para que seja concluído o seu ciclo final”, observou.
A saca de 60 quilos do grão está cotada a R$ 59,50. A perspectiva é que o preço melhore com o avanço da colheita devido às perdas. “A recomendação ao produtor é que se tiver condições aguarde a evolução da colheita e o comportamento da produção a nível nacional para decidir melhor a comercialização. Acreditamos que o mercado deva sofrer uma reação porque tudo indica que a oferta será menor do que está sendo projetada”, orientou Silva.