Tite diz que treinar seleção é sua melhor contribuição ao futebol
Tite chegou à sede da CBF por volta das 16h e falou com a imprensa pela primeira vez como comandante da seleção
Tite, o novo técnico da seleção brasileira, disse nesta segunda-feira que aceitou comandar a equipe porque “essa contribuição é o que melhor tenho a fazer” para o futebol brasileiro. O técnico assinou com a seleção meio ano após pedir a saída de Marco Polo Del Nero da presidência da CBF. Em dezembro passado, o treinador assinara um manifesto pedindo a renúncia do cartola que acabou de contratá-lo para comandar a seleção.
Questionado sobre isso em dois momentos, Tite não deu uma resposta direta, mas deu a entender que o projeto apresentado pela diretoria da CBF lhe convenceu. “A minha atividade e o convite que me foi feito foi pra ser técnico da seleção brasileira de futebol. Entendo que essa contribuição é o que melhor tenho a fazer. Adjetivos como transparência, modernização (que foi o que me foi passado na primeira reunião), é a forma que eu penso e trago para o futebol”, disse o treinador, durante sua apresentação como novo técnico.
“Democratização, transparência, modernização. Eles permanecem como conceito em todas áreas, seja ela na minha [área], na política, na sociedade em geral. É aquilo que eu penso não só no futebol, mas na vida”, sustentou o comandante.
O treinador chegou à sede da CBF por volta das 16 horas. Era esperado no início da tarde, mas as condições climáticas impediram o pouso do jatinho que o levou de São Paulo para pousar no aeroporto de Jacarepaguá, que fica próximo da sede da CBF.
A apresentação oficial aconteceu pouco mais de 24 horas após Tite se despedir da torcida do Corinthians no Itaquerão. Junto com o técnico foram apresentados o novo coordenador da seleção, Edu Gaspar, e os auxiliares Cleber Xavier e Matheus Bachi.
Os últimos detalhes do acerto foram definidos no final de semana. O que emperrou o anúncio na sexta-feira passada foram divergências que envolviam os salários dos auxiliares de Tite. A negociação ficou a cargo do empresário Gilmar Veloz, que cuida da carreira do treinador, e do diretor executivo de Gestão da CBF, Rogério Caboclo.
Copa do Mundo
Tite assume a seleção em um momento conturbado, com a equipe vindo de dois fiascos seguidos na Copa América e em sexto lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2008 e ele não fez rodeios e admitiu “risco real” do País ficar fora do Mundial da Rússia, o que seria algo inédito na história. O treinador, contudo, aposta no crescimento do time e afirma que o trabalho que começa agora dará condições de a seleção ir à Copa.
“O foco é a classificação para o Mundial, e nós não estamos numa posição de classificação. É fato real que pode, sim (ficar fora) e o trabalho todo vai ser desenvolvido nesse sentido. Eu acredito que o trabalho vá dar essa condição. Mas, corre-se o risco, claro. Se você não aceitar as possibilidades reais que estão na nossa frente, você vai estar fugindo da realidade”, afirmou o técnico, durante a sua apresentação.
“Estou aqui, infelizmente, por uma situação em que o resultado não veio. É um fato real. O risco há? Há, mas há toda a qualidade de um trabalho, e agora eu quero me integrar, para ver ajuste e crescimento para que a gente busque essa classificação” declarou Tite.
O técnico viaja nesta terça-feira para os Estados Unidos para acompanhar a semifinal da Copa América Centenário entre Colômbia e Chile, na quarta-feira. Os colombianos serão os adversários do Brasil em setembro, pela oitava rodada das Eliminatórias, em Manaus. Antes, Tite fará a estreia no comando da seleção diante do Equador, em Quito, no dia 2 de setembro.