Bronca dá certo, Brasil vence, e Thaísa supera “dor de cabeça”: “Jogo chato”
“Essas meninas pulam para lá, para cá”, brinca central. Técnico José Roberto Guimarães elogia postura contra japonesas: “Essa tem de ser a nossa tônica”.
O ponto, às vezes, cismava em não vir. Não importava a pancada, os golpes: havia sempre uma japonesa para tentar impedir que a bola encostasse ao chão. O tal jogo da paciência funcionou. Houve, porém, um motivo para que a atenção estivesse sempre ligada. Após o desempenho inconstante diante da Itália, José Roberto caprichou na bronca, e as jogadoras entenderam o recado. A vitória contra o Japão deu tranquilidade à seleção.
– Contra a Itália, deixamos abaixar a guarda. A gente tentou ter todo o cuidado para que não acontecesse isso hoje. Só no segundo set, que elas chegaram a encostar no placar, viraram o jogo, mas a gente conseguiu reverter o placar no fim do set, impor o nosso ritmo mesmo. Depois da chamada que a gente tomou ontem, todo mundo ficou um pouco assustado – afirmou Natália.
Zé Roberto disse que a bronca nem foi tão pesada assim. Por saber como a seleção pode render, não quis elogiar uma atuação irregular. Bem mais leve após ao jogo contra as japonesas, o treinador disse esperar uma atitude parecida daqui para frente.
– Foi uma cobrança natural. Eu não posso enaltecer uma coisa de um time que não tenha sido real. Eu não posso dizer que vocês jogaram bem quando não jogaram bem. Eu não posso defender essa tese. Eu tenho que ser verdadeiro e dizer. Para mim, faltou atitude. Foi o que eu disse para todo mundo e vou bater nessa tecla. Precisa ter atitude, precisa ser agressivo, no bom sentido, contra o outro time. Lá dentro, time tem que cobrar uma a outra. Dessa forma, o time sempre conseguiu lutar contra os adversários. E essa tem de ser a nossa tônica.
Para chegar à vitória contra as japonesas, Thaísa teve papel fundamental. Muito bem na partida, a central reconheceu a dificuldade de encaixar o jogo diante das asiáticas.
– Jogo com o Japão, se você perde a paciência, complica. Elas jogam o corpo para o lado e atacam para o outro. Quanto mais forte você bate, mais forte elas sobem. É um jogo chato, complicado. Tanto que tem hora que elas fazem uma bela defesa, uma bola que você acha que é impossível que vá subir e eu tenho que chegar para a minha jogadora e falar: “Paciência, a próxima você roda”. Se ficar se preocupando que vai não vai rodar, você vai errar. Tem de focar. Eu estava no banco com dor de cabeça. Essas meninas pulam para lá, para cá, para lá, para cá. A cabeça ferve. A gente sabe que vai enfrentar nas olimpíadas. Então serve de parâmetro para ver como está a velocidade do time.
O Brasil volta à quadra no domingo. No último compromisso pela primeira fase do Grand Prix, a seleção encara a Sérvia, às 10h05. A partida terá transmissão da TV Globo e do SporTV, com cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com.